Por Antunes Ferreira
O PINGUE-PONGUE entre Belém e São Bento (e com a rua de São Caetano a bolar por fora) é mais um episódio lamentável neste Portugal em crise. A questão é saber quem tem competência para solicitar a famigerada ajuda externa. O PR diz que o Governo - cuja demissão aceitou e já foi publicada no Diário da República – pode pedi-la.
O Executivo e o grupo parlamentar socialista dizem que não. Obviamente o PSD diz que sim. E para cúmulo, Bruxelas também vai pela afirmativa. Estamos perante mais um tristíssimo episódio desta política desregrada e obnóxia que vigora. E vem-me à cabeça, uma outra vez, a sabedoria popular: em terra em que não há pão, todos ralham e nenhum tem razão. Porra! Decidam-se.
Ontem, num País de mentira, foi o dia das mentiras; extraordinário, é o mínimo que posso dizer. Não foi uma coincidência, foi uma agravante. No entanto, a data serviu para os Lusos desanuviarem. Já anteriormente tinham-se borrado a rir com as declarações de Paulo Futre sobre a necessidade de contar com a China, na campanha eleitoral do Sporting.
No fundo – cuidado, utilizei a caixa baixa, não me refiro ao outro, perigosíssimo, até diabolizado no entender do senhor que se prepara para governar (?) uma terra que não se governa, deixa ser governada – nós, os Portugueses, gostamos da peta. De pouco mais, aliás, mas desta somos realmente adeptos, militantes e praticantes.
No entretanto, o melhor estava para vir, uma vez mais de origem britânica; desta feita, porém, o gozo é aceitável. «Portugal vende Cristiano Ronaldo à Espanha em operação de 160 milhões contra a dívida pública.» E mais: a Inglaterra está a pensar numa contra-proposta de 200 milhões. Vem assim mesmo, no jornal britânico “The Independent.”
«Vergado à dívida, e a digerir a mais recente desvalorização do estatuto do crédito do país, o ministro das Finanças de Portugal assegurou a cooperação do jogador mais bem pago do futebol, numa manobra audaciosa para tirar o país da ameaça do colapso económico», diz o artigo. E Cristiano Ronaldo, patriota, concordou. «Numa jogada que para muitos observadores vai levar à destruição do Mundial».
E surge, de seguida a explicação do plano governamental: «A verba, embora seja o dobro do actual recorde (pago pelo Real Madrid ao Manchester United por Ronaldo em 2009), nem se aproxima dos 12 milhares de milhões que Portugal deve, mas o senhor Sócrates, agora primeiro-ministro de gestão, acredita que os mercados internacionais encararão a operação como um símbolo da determinação de Portugal em atacar a crise, e responderão em conformidade.»
E o texto termina: «Ao fim da noite de ontem (Quinta-feira), relatos sugeriam que David Cameron está a preparar uma contra-proposta, de 200 milhões, para convencer Ronaldo a jogar pela Inglaterra.» Vince Cable, o ministro britânico das finanças, «propôs um imposto Ferrari para o pagar, embora ao próprio Ronaldo fosse dada isenção».
A ser assim, Ronaldo viraria as costas a Portugal, à Madeira, a Alberto João Jardim, a Paulo Bento e a Gilberto Madaíl, no mínimo; o que não admiraria, depois de o ter feito, e bem, ao mal educadão Carlos Queiroz. O texto tem piada, é oportuno e não ofende; motiva até umas boas gargalhadas. E enorme preocupação aos méis incautos e ingénuos.
Ficou célebre a frase «É Carnaval, ninguém leva a mal». No caso presente, prefiro «É dia das Mentiras, vê lá para onde te viras»…
O PINGUE-PONGUE entre Belém e São Bento (e com a rua de São Caetano a bolar por fora) é mais um episódio lamentável neste Portugal em crise. A questão é saber quem tem competência para solicitar a famigerada ajuda externa. O PR diz que o Governo - cuja demissão aceitou e já foi publicada no Diário da República – pode pedi-la.
O Executivo e o grupo parlamentar socialista dizem que não. Obviamente o PSD diz que sim. E para cúmulo, Bruxelas também vai pela afirmativa. Estamos perante mais um tristíssimo episódio desta política desregrada e obnóxia que vigora. E vem-me à cabeça, uma outra vez, a sabedoria popular: em terra em que não há pão, todos ralham e nenhum tem razão. Porra! Decidam-se.
Ontem, num País de mentira, foi o dia das mentiras; extraordinário, é o mínimo que posso dizer. Não foi uma coincidência, foi uma agravante. No entanto, a data serviu para os Lusos desanuviarem. Já anteriormente tinham-se borrado a rir com as declarações de Paulo Futre sobre a necessidade de contar com a China, na campanha eleitoral do Sporting.
No fundo – cuidado, utilizei a caixa baixa, não me refiro ao outro, perigosíssimo, até diabolizado no entender do senhor que se prepara para governar (?) uma terra que não se governa, deixa ser governada – nós, os Portugueses, gostamos da peta. De pouco mais, aliás, mas desta somos realmente adeptos, militantes e praticantes.
No entretanto, o melhor estava para vir, uma vez mais de origem britânica; desta feita, porém, o gozo é aceitável. «Portugal vende Cristiano Ronaldo à Espanha em operação de 160 milhões contra a dívida pública.» E mais: a Inglaterra está a pensar numa contra-proposta de 200 milhões. Vem assim mesmo, no jornal britânico “The Independent.”
«Vergado à dívida, e a digerir a mais recente desvalorização do estatuto do crédito do país, o ministro das Finanças de Portugal assegurou a cooperação do jogador mais bem pago do futebol, numa manobra audaciosa para tirar o país da ameaça do colapso económico», diz o artigo. E Cristiano Ronaldo, patriota, concordou. «Numa jogada que para muitos observadores vai levar à destruição do Mundial».
E surge, de seguida a explicação do plano governamental: «A verba, embora seja o dobro do actual recorde (pago pelo Real Madrid ao Manchester United por Ronaldo em 2009), nem se aproxima dos 12 milhares de milhões que Portugal deve, mas o senhor Sócrates, agora primeiro-ministro de gestão, acredita que os mercados internacionais encararão a operação como um símbolo da determinação de Portugal em atacar a crise, e responderão em conformidade.»
E o texto termina: «Ao fim da noite de ontem (Quinta-feira), relatos sugeriam que David Cameron está a preparar uma contra-proposta, de 200 milhões, para convencer Ronaldo a jogar pela Inglaterra.» Vince Cable, o ministro britânico das finanças, «propôs um imposto Ferrari para o pagar, embora ao próprio Ronaldo fosse dada isenção».
A ser assim, Ronaldo viraria as costas a Portugal, à Madeira, a Alberto João Jardim, a Paulo Bento e a Gilberto Madaíl, no mínimo; o que não admiraria, depois de o ter feito, e bem, ao mal educadão Carlos Queiroz. O texto tem piada, é oportuno e não ofende; motiva até umas boas gargalhadas. E enorme preocupação aos méis incautos e ingénuos.
Ficou célebre a frase «É Carnaval, ninguém leva a mal». No caso presente, prefiro «É dia das Mentiras, vê lá para onde te viras»…