Por José António Lima
CAVACO SILVA podia ter feito há um mês a intervenção que esta semana dirigiu aos portugueses. Sem praticamente ter que alterar uma linha (a não ser as referentes a e-mails e à despropositada preocupação com a vulnerabilidade dos seus e-mails, um problema a que nem o Presidente dos EUA ou o Pentágono conseguem escapar, como se sabe, mas apenas limitar).
Podia e devia, acrescente-se, ter feito esta declaração há um mês, após a abstrusa notícia do Público sobre suspeitas de espionagem a Belém. Teria evitado que o país mediático se enchesse, semanas a fio, com uma pseudo-conspiração, inverosímil nos factos descritos e ridícula nas conjecturas que suscitou, mas convenientemente alimentada pela bem montada máquina comunicacional do PS. O Presidente foi tardio na reacção, não esvaziando logo de início um balão especulativo que se foi enchendo de fantasiosas historietas e armadilhadas suspeições, as quais acabaram por beliscar a sua imagem e turvar o ambiente político.
Mas se Cavaco Silva reagiu tardiamente, a comunicação que fez ao país na terça-feira recolocou o problema nos seus devidos termos e na sua adequada dimensão. Cavaco relembrou – e bem – que foram alguns dirigentes do PS (e não assessores de Belém) quem desencadeou este conflito político e institucional, com ataques directos (e infundados) à Presidência da República, insinuando a sua participação na elaboração do programa do PSD. A partir daí, uma confidência disparatada de um elemento da Casa Civil levou o Público a cometer a leviandade jornalística de dar manchete a tal confidência – e, para lhe conferir algum fundamento, a ir desenterrar uma história sem pés nem cabeça que não publicara 17 meses antes por falta de credibilidade. Com a máquina de agitação e propaganda do PS a colocar lenha na fogueira antipresidencial, um e-mail interno dos jornalistas do Público acabou por ir parar às mãos de um jornal hoje sem escrúpulos, que tratou de fazer do caso uma espécie de anedótico Watergate doméstico. O resto é conhecido.
Cavaco Silva cortou agora o mal pela raiz, afastando de vez qualquer ficção sobre escutas e especulações adjacentes. Colocou-se acima da intriga política e da campanha de intoxicação fomentada por meios socialistas. Cumpriu – e bem – o que dele se espera. Mesmo que tardiamente.
CAVACO SILVA podia ter feito há um mês a intervenção que esta semana dirigiu aos portugueses. Sem praticamente ter que alterar uma linha (a não ser as referentes a e-mails e à despropositada preocupação com a vulnerabilidade dos seus e-mails, um problema a que nem o Presidente dos EUA ou o Pentágono conseguem escapar, como se sabe, mas apenas limitar).
Podia e devia, acrescente-se, ter feito esta declaração há um mês, após a abstrusa notícia do Público sobre suspeitas de espionagem a Belém. Teria evitado que o país mediático se enchesse, semanas a fio, com uma pseudo-conspiração, inverosímil nos factos descritos e ridícula nas conjecturas que suscitou, mas convenientemente alimentada pela bem montada máquina comunicacional do PS. O Presidente foi tardio na reacção, não esvaziando logo de início um balão especulativo que se foi enchendo de fantasiosas historietas e armadilhadas suspeições, as quais acabaram por beliscar a sua imagem e turvar o ambiente político.
Mas se Cavaco Silva reagiu tardiamente, a comunicação que fez ao país na terça-feira recolocou o problema nos seus devidos termos e na sua adequada dimensão. Cavaco relembrou – e bem – que foram alguns dirigentes do PS (e não assessores de Belém) quem desencadeou este conflito político e institucional, com ataques directos (e infundados) à Presidência da República, insinuando a sua participação na elaboração do programa do PSD. A partir daí, uma confidência disparatada de um elemento da Casa Civil levou o Público a cometer a leviandade jornalística de dar manchete a tal confidência – e, para lhe conferir algum fundamento, a ir desenterrar uma história sem pés nem cabeça que não publicara 17 meses antes por falta de credibilidade. Com a máquina de agitação e propaganda do PS a colocar lenha na fogueira antipresidencial, um e-mail interno dos jornalistas do Público acabou por ir parar às mãos de um jornal hoje sem escrúpulos, que tratou de fazer do caso uma espécie de anedótico Watergate doméstico. O resto é conhecido.
Cavaco Silva cortou agora o mal pela raiz, afastando de vez qualquer ficção sobre escutas e especulações adjacentes. Colocou-se acima da intriga política e da campanha de intoxicação fomentada por meios socialistas. Cumpriu – e bem – o que dele se espera. Mesmo que tardiamente.
«SOL» de 2 de Outubro de 2009