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Por João Paulo Guerra
PASSOU O DIA DA POESIA, por sinal no Dia da Primavera, e seguiu-se o Dia da Água, hoje é Dia da Meteorologia, vem aí o Dia do Combate à Tuberculose, ainda em Março há o Dia do Teatro, em Abril haverá o Dia das Mentiras, o Dia da ONU e o Dia da Liberdade, Maio começa com o Dia do Trabalhador e Junho com o Dia da Criança, ao que se segue o Dia de Portugal (ex-dia da raça). Ficou para trás, em Março, o Dia do Pai mas vem aí, em Maio, O Dia da Mãe, e em Julho o Dia dos Avós. Ou seja, o mundo tem dias.
Estes dias com remetente servem para variadíssimas funções. Em primeiro lugar, para aliviar as consciências – o poluidor comemora o Dia do Ambiente e ganha créditos e indulgências para dar cabo de mais uma floresta, poluir mais um rio ou envenenar mais um pouco o ar que todos respiram. Os dias do almanaque também servem para animar o consumo – o calendário, que só tem Natal em Dezembro, semeou dias disto e daquilo ao longo do ano, Dia dos Namorados, em Fevereiro, e os já citados dias da família quase toda, entre Março e Julho, de maneira a que ninguém se esqueça dos que lhe são queridos e assinale a lembrança consumindo mais qualquer coisinha.
A imaginação dos autores de calendários é inesgotável. Há um dia para os fiéis defuntos, um dia das bruxas, o Dia da Defesa Nacional, um dia das comadres, outro das doenças raras, nos Açores até se celebra o Dia das Amigas. Mas a realidade e actualidade portuguesas impunham mais alguns novos dias. Por exemplo, o Dia do Endividado, o Dia do Desempregado, o Dia do Precário, o Dia do Limiar da Pobreza, o Dia do Esportulado, o Dia do Deprimido.
Um dia que jamais entrará no calendário será o Dia de Raiva. Esse foi apenas o título de um filme que por sinal acabava mal.
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«DE» de 23 Mar 10
Por João Paulo Guerra
PASSOU O DIA DA POESIA, por sinal no Dia da Primavera, e seguiu-se o Dia da Água, hoje é Dia da Meteorologia, vem aí o Dia do Combate à Tuberculose, ainda em Março há o Dia do Teatro, em Abril haverá o Dia das Mentiras, o Dia da ONU e o Dia da Liberdade, Maio começa com o Dia do Trabalhador e Junho com o Dia da Criança, ao que se segue o Dia de Portugal (ex-dia da raça). Ficou para trás, em Março, o Dia do Pai mas vem aí, em Maio, O Dia da Mãe, e em Julho o Dia dos Avós. Ou seja, o mundo tem dias.
Estes dias com remetente servem para variadíssimas funções. Em primeiro lugar, para aliviar as consciências – o poluidor comemora o Dia do Ambiente e ganha créditos e indulgências para dar cabo de mais uma floresta, poluir mais um rio ou envenenar mais um pouco o ar que todos respiram. Os dias do almanaque também servem para animar o consumo – o calendário, que só tem Natal em Dezembro, semeou dias disto e daquilo ao longo do ano, Dia dos Namorados, em Fevereiro, e os já citados dias da família quase toda, entre Março e Julho, de maneira a que ninguém se esqueça dos que lhe são queridos e assinale a lembrança consumindo mais qualquer coisinha.
A imaginação dos autores de calendários é inesgotável. Há um dia para os fiéis defuntos, um dia das bruxas, o Dia da Defesa Nacional, um dia das comadres, outro das doenças raras, nos Açores até se celebra o Dia das Amigas. Mas a realidade e actualidade portuguesas impunham mais alguns novos dias. Por exemplo, o Dia do Endividado, o Dia do Desempregado, o Dia do Precário, o Dia do Limiar da Pobreza, o Dia do Esportulado, o Dia do Deprimido.
Um dia que jamais entrará no calendário será o Dia de Raiva. Esse foi apenas o título de um filme que por sinal acabava mal.
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«DE» de 23 Mar 10