Por Antunes Ferreira
NO PRIMEIRO DIA deste 2011, falar do predecessor que acaba de finar-se não tem qualquer originalidade. Mal o Ano Velho começa a deixar as muletas para passar à cadeirinha de todas, logo toda a gente o empurra para a carreta funerária. Cumpre-se, assim, o caminho para a cova? Mal parecia: actualmente é mais para o forno crematório. Que a Servilusa o acompanhe. Passe a publicidade.
Antever o que vai ser o que hoje começa, não é, de todo impossível. Em tal estado nos encontramos que a pitonisa lá em Delfos prescindiria dos fumos sulfúricos. No entanto, a afirmação que ficou para os anais da História, da autoria do Senhor João Pinto, antigo defesa esquerdo do FêCêPê e treinador de futebol, continua, impávida e serena: «Previsões, só no fim do jogo».
Quando o ainda-PR-futuro-PR promulgou anteontem o Orçamento de Estado para estes 365 dias a contar de hoje, as coisas não têm muito para descobrir. É apenas apertar o cinto. Dos mesmos de sempre. Foram-se os tempos de Henrique de Sagres a empurrar os seus marinheiros para que fossem descobrir que o fim do Mundo afinal não o era. E o Instituto de Meteorologia de Portugal, IP, vai caindo no risco de ser desnecessário.
A famigerada bola de cristal já deu também o que tinha a dar. Resumindo: até neste particular a pasmaceira do Rossio e adjacentes corre o risco de não passar disso mesmo. Na Baixa pombalina já não se descobre nada; as termas romanas vulgarizaram-se, o metro já passa, submarino, sob o Terreiro do Paço. Está definitivamente perdida a expectativa. Normalizou-se o ram-ram. A isto chegámos. Pessimista? Sou, como todo o Português que se preze.
É a crise a nível nacional em que o Governo nos encerrou – enterrou? Ou é a crise a nível internacional que, de acordo com o mesmo Governo, a tal estado nos atirou? Cara ou coroa? Funerárias ou futebolísticas? O Senhor Mourinho bem poderia dar uma ajudinha. Mas, se ele nem à selecção deu…
Não há-de, portanto, ser nada. Quem vier a seguir nem precisará de fechar a porta. Porque, pelos vistos, haverá quem venha a seguir, localmente falando? De fora? Isso, já são outros quinhentos mil réis.
NO PRIMEIRO DIA deste 2011, falar do predecessor que acaba de finar-se não tem qualquer originalidade. Mal o Ano Velho começa a deixar as muletas para passar à cadeirinha de todas, logo toda a gente o empurra para a carreta funerária. Cumpre-se, assim, o caminho para a cova? Mal parecia: actualmente é mais para o forno crematório. Que a Servilusa o acompanhe. Passe a publicidade.
Antever o que vai ser o que hoje começa, não é, de todo impossível. Em tal estado nos encontramos que a pitonisa lá em Delfos prescindiria dos fumos sulfúricos. No entanto, a afirmação que ficou para os anais da História, da autoria do Senhor João Pinto, antigo defesa esquerdo do FêCêPê e treinador de futebol, continua, impávida e serena: «Previsões, só no fim do jogo».
Quando o ainda-PR-futuro-PR promulgou anteontem o Orçamento de Estado para estes 365 dias a contar de hoje, as coisas não têm muito para descobrir. É apenas apertar o cinto. Dos mesmos de sempre. Foram-se os tempos de Henrique de Sagres a empurrar os seus marinheiros para que fossem descobrir que o fim do Mundo afinal não o era. E o Instituto de Meteorologia de Portugal, IP, vai caindo no risco de ser desnecessário.
A famigerada bola de cristal já deu também o que tinha a dar. Resumindo: até neste particular a pasmaceira do Rossio e adjacentes corre o risco de não passar disso mesmo. Na Baixa pombalina já não se descobre nada; as termas romanas vulgarizaram-se, o metro já passa, submarino, sob o Terreiro do Paço. Está definitivamente perdida a expectativa. Normalizou-se o ram-ram. A isto chegámos. Pessimista? Sou, como todo o Português que se preze.
É a crise a nível nacional em que o Governo nos encerrou – enterrou? Ou é a crise a nível internacional que, de acordo com o mesmo Governo, a tal estado nos atirou? Cara ou coroa? Funerárias ou futebolísticas? O Senhor Mourinho bem poderia dar uma ajudinha. Mas, se ele nem à selecção deu…
Não há-de, portanto, ser nada. Quem vier a seguir nem precisará de fechar a porta. Porque, pelos vistos, haverá quem venha a seguir, localmente falando? De fora? Isso, já são outros quinhentos mil réis.