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Por José António Lima
DEPOIS DO ABANDONO de Durão Barroso, do inesquecível e efémero Governo de Santana Lopes e das lideranças falhadas de Luís Filipe Menezes e Manuela Ferreira Leite, o PSD é hoje um partido destroçado, internamente pulverizado em pequenos grupos de interesses e desacreditado aos olhos do país.
Querer lançar este partido desagregado e sem norte para umas eleições directas feitas às três pancadas, sem uma reflexão prévia, sem um debate amplo e sério sobre um modelo alternativo para governar o país, equivale a empurrar os militantes para uma escolha precipitada, para a continuidade de lideranças inconsistentes e a curto prazo.
Mas, pelos vistos, é isso que pretendem os cada vez mais encarniçados opositores da realização de um Congresso extraordinário antes das directas. Entre os quais despontam Passos Coelho, o que se percebe por ser até agora o único candidato assumido e há muito em campanha pré-eleitoral, e os habituais apparatchiks das distritais do partido.
Estes últimos, em desesperada agitação contra o Congresso antes das directas, lançaram agora um ‘Manifesto da Conciliação’. Estão lá, como não podia deixar de ser, Carlos Carreiras de Lisboa, Marco António do Porto e Vírgilio Costa de Braga, entre outros. Só faltava mesmo o impagável Mendes Bota do Algarve. Que lá acabou por se juntar ao coro.
Mas o melhor desse Manifesto é mesmo o nome – da conciliação. Os principais divisionistas do PSD, os mais conhecidos manobristas do aparelho, os maiores instigadores da luta de facções em nome da preservação dos seus pequenos poderes, aqueles que têm sido os promotores e os coveiros de sucessivas lideranças do PSD reunem-se, agora, sob a angélica capa da ‘conciliação’. Quase de anedota.
Há um PSD fechado sobre si próprio, que apenas olha à sobrevivência dos poderes regionalizados, distritais ou autárquicos, e dos interesses pessoais a eles associados. É um PSD que pensa pequeno, de vistas curtas, que perdeu a perspectiva do país. É o PSD do surrealista ‘Manifesto da Conciliação’.
E há um outro PSD, que tem consciência dos problemas do país, que quer um partido centrado em objectivos e causas nacionais, que pretende voltar a ser uma alternativa credível e respeitada de Governo. Ou, melhor: ainda haverá este PSD? O Congresso extraordinário se encarregará de o revelar.
Por José António Lima
DEPOIS DO ABANDONO de Durão Barroso, do inesquecível e efémero Governo de Santana Lopes e das lideranças falhadas de Luís Filipe Menezes e Manuela Ferreira Leite, o PSD é hoje um partido destroçado, internamente pulverizado em pequenos grupos de interesses e desacreditado aos olhos do país.
Querer lançar este partido desagregado e sem norte para umas eleições directas feitas às três pancadas, sem uma reflexão prévia, sem um debate amplo e sério sobre um modelo alternativo para governar o país, equivale a empurrar os militantes para uma escolha precipitada, para a continuidade de lideranças inconsistentes e a curto prazo.
Mas, pelos vistos, é isso que pretendem os cada vez mais encarniçados opositores da realização de um Congresso extraordinário antes das directas. Entre os quais despontam Passos Coelho, o que se percebe por ser até agora o único candidato assumido e há muito em campanha pré-eleitoral, e os habituais apparatchiks das distritais do partido.
Estes últimos, em desesperada agitação contra o Congresso antes das directas, lançaram agora um ‘Manifesto da Conciliação’. Estão lá, como não podia deixar de ser, Carlos Carreiras de Lisboa, Marco António do Porto e Vírgilio Costa de Braga, entre outros. Só faltava mesmo o impagável Mendes Bota do Algarve. Que lá acabou por se juntar ao coro.
Mas o melhor desse Manifesto é mesmo o nome – da conciliação. Os principais divisionistas do PSD, os mais conhecidos manobristas do aparelho, os maiores instigadores da luta de facções em nome da preservação dos seus pequenos poderes, aqueles que têm sido os promotores e os coveiros de sucessivas lideranças do PSD reunem-se, agora, sob a angélica capa da ‘conciliação’. Quase de anedota.
Há um PSD fechado sobre si próprio, que apenas olha à sobrevivência dos poderes regionalizados, distritais ou autárquicos, e dos interesses pessoais a eles associados. É um PSD que pensa pequeno, de vistas curtas, que perdeu a perspectiva do país. É o PSD do surrealista ‘Manifesto da Conciliação’.
E há um outro PSD, que tem consciência dos problemas do país, que quer um partido centrado em objectivos e causas nacionais, que pretende voltar a ser uma alternativa credível e respeitada de Governo. Ou, melhor: ainda haverá este PSD? O Congresso extraordinário se encarregará de o revelar.
«SOL» de 22 Jan 10