quinta-feira, 7 de maio de 2009

Farinha

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Por João Paulo Guerra
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Antes de mais um esclarecimento, o seu a seu dono: não foi Manuel Pinho o pioneiro da farinha de mistura com a política.
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FOI MARCELO REBELO DE SOUSA, em As Escolhas de Marcelo, RTP, 22 de Abril de 2007, disponível no YouTube, ao declarar que já se tinha percebido que determinado "canudo", muito badalado na época, era "uma licenciatura tipo Farinha Amparo". Portanto, "trigo limpo", agora coube então a vez ao ministro da Economia: numa tirada que vai certamente enfarinhar a política portuguesa por muitos e bons, Manuel Pinho disse de Paulo Rangel que "ainda tem que comer muita papa Maizena".
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A tirada do ministro veio lançar nova receita para a campanha das europeias: talvez não esclareça nada os eleitores mas com farinhas, papas e bolos se esclarecem os tolos. A Maizena, pelas reminiscências de infância que suscita, poderá contribuir para identificar os eleitores com os eleitos, desígnio sempre perseguido pela classe política. Acontece, porém, que o ministro introduziu na campanha um problema de concorrência e lealdade. É que se o ministro da Economia promove a Maizena, outros dos seus pares terão que vir a público, em acções de campanha, propagandeando a Milupa ou a Cerelac, a Nestlé ou a Nutriton, assim alardeando a isenção do Governo.
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A menos que os outros partidos, estimulados por este original modo de fazer política, decidam meter também as mãos na massa. Já estamos a ver os cartazes: "Vota Farinha 33 e comerás por 3"; "Com Farinha Predilecta, vota pela avó e pela neta"; "Com Farinha Pensal, mais Bloco Central".
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Manuel Pinho fez a sua original prestação eleitoral em Ponte de Lima, colocada no mapa da política por via do queijo. Agora chegou a rota da papa. Come a papa, eleitor, come a papa.
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«DE» de 7 de Maio de 2009
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NOTA: Este texto é uma extensão do que está publicado no 'Sorumbático' [v. aqui], onde eventuais comentários deverão ser afixados.