Por José António Lima
TRÊS CONCLUSÕES, todas elas politicamente pouco abonatórias para José Sócrates, resultam desde logo do pacote de medidas anticrise anunciado pelo Governo.
A primeira é a de que o chefe do Governo andou a negar a realidade que todos lhe apontavam e a iludir os portugueses, durante mais de um ano. Adiando, até aos limites da irresponsabilidade pública, as inevitáveis decisões para combater o galopante défice das contas do Estado.
Só o fez em desespero de causa, depois de tudo e de todos os outros, forçado pela pressão das autoridades europeias, da incomportável subida dos juros da dívida portuguesa e do ultimato do seu desamparado ministro das Finanças. O país pagou um preço elevado por essa cegueira obstinada.
A segunda conclusão é a de que José Sócrates optou, como sempre, pelo caminho mais fácil. Aumentou impostos em Maio, volta a subi-los em Setembro e, ao invés de reduzir drasticamente o número de serviços, institutos, fundações, empresas públicas e municipais que tornam insustentável o monstro despesista do Estado, optou por empobrecer ainda mais o funcionalismo público.
Em vez de suprimir organismos, diminuindo o peso do funcionamento e das clientelas partidárias em centenas de serviços inúteis ou parasitários, preferiu aplicar a receita do costume a todos os funcionários públicos - tanto aos competentes e indispensáveis como aos improdutivos e excedentários - apertando-lhes ainda mais o cinto.
Os 2.600 milhões ocasionais do fundo de pensões da PT ou os mais de 2.000 milhões de impostos agravados esgotar-se-ão rapidamente. Mas o gigantismo despesista da máquina do Estado continua lá, intocado: em 2012 ou 2013 voltará a asfixiar a economia do país. E com encargos acrescidos de parcerias público-privadas, fundos de pensões para pagar, etc., etc. Sobem-se, de novo, os impostos?
A terceira conclusão é a da falência absoluta do discurso do Estado Social. Com pensões congeladas, abonos da família eliminados, despesas em medicamentos e saúde aumentadas, IVA a 23%, deduções fiscais reduzidas, rendimento social de inserção e subsídio de desemprego diminuídos - com tudo isto e muito mais Sócrates ou algum responsável do PS ainda terão a desfaçatez de insistir no discurso do Estado Social? Provavelmente, têm.
.TRÊS CONCLUSÕES, todas elas politicamente pouco abonatórias para José Sócrates, resultam desde logo do pacote de medidas anticrise anunciado pelo Governo.
A primeira é a de que o chefe do Governo andou a negar a realidade que todos lhe apontavam e a iludir os portugueses, durante mais de um ano. Adiando, até aos limites da irresponsabilidade pública, as inevitáveis decisões para combater o galopante défice das contas do Estado.
Só o fez em desespero de causa, depois de tudo e de todos os outros, forçado pela pressão das autoridades europeias, da incomportável subida dos juros da dívida portuguesa e do ultimato do seu desamparado ministro das Finanças. O país pagou um preço elevado por essa cegueira obstinada.
A segunda conclusão é a de que José Sócrates optou, como sempre, pelo caminho mais fácil. Aumentou impostos em Maio, volta a subi-los em Setembro e, ao invés de reduzir drasticamente o número de serviços, institutos, fundações, empresas públicas e municipais que tornam insustentável o monstro despesista do Estado, optou por empobrecer ainda mais o funcionalismo público.
Em vez de suprimir organismos, diminuindo o peso do funcionamento e das clientelas partidárias em centenas de serviços inúteis ou parasitários, preferiu aplicar a receita do costume a todos os funcionários públicos - tanto aos competentes e indispensáveis como aos improdutivos e excedentários - apertando-lhes ainda mais o cinto.
Os 2.600 milhões ocasionais do fundo de pensões da PT ou os mais de 2.000 milhões de impostos agravados esgotar-se-ão rapidamente. Mas o gigantismo despesista da máquina do Estado continua lá, intocado: em 2012 ou 2013 voltará a asfixiar a economia do país. E com encargos acrescidos de parcerias público-privadas, fundos de pensões para pagar, etc., etc. Sobem-se, de novo, os impostos?
A terceira conclusão é a da falência absoluta do discurso do Estado Social. Com pensões congeladas, abonos da família eliminados, despesas em medicamentos e saúde aumentadas, IVA a 23%, deduções fiscais reduzidas, rendimento social de inserção e subsídio de desemprego diminuídos - com tudo isto e muito mais Sócrates ou algum responsável do PS ainda terão a desfaçatez de insistir no discurso do Estado Social? Provavelmente, têm.
«Sol» de 1 Out 10