Por José António Lima
O DÉFICE DE 4,6% do PIB que o Governo se propõe atingir no Orçamento para 2011 é possível sem novos PEC, sem mais impostos, sem mais cortes nos salários?
E é credível quando o Governo é já o único a prever um crescimento de 0,2% e todos os organismos internacionais apontam uma recessão inevitável e um crescimento negativo que pode chegar a -1,8%?
«Tivemos o cuidado de uma prudência acrescida na previsão da receita», alega o ministro Teixeira dos Santos. Ora, a verdade é que, em 2009 como em 2010, este Governo e o seu ministro das Finanças falharam clamorosamente, tanto nas previsões das receitas como no descontrolo das despesas. E ocultaram deliberadamente esse facto aos portugueses.
Em 2009, recorde-se, José Sócrates e Teixeira dos Santos começaram por colocar o défice em 2,2%, subiram-no em Maio para 5,9% e assim o mantiveram obstinadamente até passarem as legislativas de Setembro. Como há dias salientava o economista Vítor Bento: «Chegámos ao final do ano com um défice que era quase o dobro do que fora divulgado pelo Governo até às eleições». O défice de 2009 ficou em 9,3%.
Em 2010, sublinhe-se, Sócrates e o seu ministro das Finanças estabeleceram a meta de 7,3% para o défice. Para a cumprir, já lançaram três PEC e, apesar disso, continuam a esconder o verdadeiro estado das contas públicas e o descalabro em que se encontra o défice.
No meio deste inadmissível apagão informativo, vai-se sabendo que o défice estava em 9,4% no final de Junho. E que a despesa do Estado continuou a crescer irresponsavelmente nestes últimos meses. Sem a cosmética dos 2.600 milhões do fundo de pensões da PT, o défice real de 2010 ficará - apesar dos cortes dos PEC e do aumento da carga fiscal - em valores próximos dos 9% ou 10%.
O jovem socratista Fernando Medina, chamado há pouco a substituir como porta-voz do PS o desaparecido Tiago Silveira, que foi rapidamente consumido pelas labaredas do cargo, vem agora dizer-nos que «o objectivo central é a aprovação de um Orçamento credível na redução do défice». Credível?! Com o passado recente de falhanços, omissões e mentiras do Governo, pensará que ainda alguém o leva a sério? A ele, a Sócrates ou a Teixeira dos Santos?
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«SOL» de 22 Out 10
O DÉFICE DE 4,6% do PIB que o Governo se propõe atingir no Orçamento para 2011 é possível sem novos PEC, sem mais impostos, sem mais cortes nos salários?
E é credível quando o Governo é já o único a prever um crescimento de 0,2% e todos os organismos internacionais apontam uma recessão inevitável e um crescimento negativo que pode chegar a -1,8%?
«Tivemos o cuidado de uma prudência acrescida na previsão da receita», alega o ministro Teixeira dos Santos. Ora, a verdade é que, em 2009 como em 2010, este Governo e o seu ministro das Finanças falharam clamorosamente, tanto nas previsões das receitas como no descontrolo das despesas. E ocultaram deliberadamente esse facto aos portugueses.
Em 2009, recorde-se, José Sócrates e Teixeira dos Santos começaram por colocar o défice em 2,2%, subiram-no em Maio para 5,9% e assim o mantiveram obstinadamente até passarem as legislativas de Setembro. Como há dias salientava o economista Vítor Bento: «Chegámos ao final do ano com um défice que era quase o dobro do que fora divulgado pelo Governo até às eleições». O défice de 2009 ficou em 9,3%.
Em 2010, sublinhe-se, Sócrates e o seu ministro das Finanças estabeleceram a meta de 7,3% para o défice. Para a cumprir, já lançaram três PEC e, apesar disso, continuam a esconder o verdadeiro estado das contas públicas e o descalabro em que se encontra o défice.
No meio deste inadmissível apagão informativo, vai-se sabendo que o défice estava em 9,4% no final de Junho. E que a despesa do Estado continuou a crescer irresponsavelmente nestes últimos meses. Sem a cosmética dos 2.600 milhões do fundo de pensões da PT, o défice real de 2010 ficará - apesar dos cortes dos PEC e do aumento da carga fiscal - em valores próximos dos 9% ou 10%.
O jovem socratista Fernando Medina, chamado há pouco a substituir como porta-voz do PS o desaparecido Tiago Silveira, que foi rapidamente consumido pelas labaredas do cargo, vem agora dizer-nos que «o objectivo central é a aprovação de um Orçamento credível na redução do défice». Credível?! Com o passado recente de falhanços, omissões e mentiras do Governo, pensará que ainda alguém o leva a sério? A ele, a Sócrates ou a Teixeira dos Santos?
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«SOL» de 22 Out 10