Por Antunes Ferreira
DE REPENTE, no meio das trevas em que o País se encontra mergulhado, surgiam dois faróis, qual deles mais importante, para alumiar as escassas esperanças que persistem em sobreviver. O franzir de cenho que posso divisar afigura-se-me suficiente para dar nota das interrogações e das dúvidas sobre a afirmação anterior. Mas, mesmo neste manicómio nacional, tudo pode ter uma explicação, creio.
Vamos, então, por partes. Primeira: o enquadramento da negrura. Não será preciso produzir muita informação, tal é o abanão que resultou da ruptura das negociações entre o Governo e o PSD para se vir a ter um Orçamento para 2011. Os cidadãos já sabiam, nós já sabíamos, que, acabado o tempo das vacas gordas, chegaria o das vacas magras. E, até, que estas últimas enfileiravam na categoria global-portuguesa das loucas. Vacas, obviamente.
Agora, enquanto uma larguíssima parte de nós aperta, uma vez mais, o cinto (são suficientemente conhecidos os que estão isentos de o fazer), a fatalidade que nos tira a tranquilidade que ainda existia alarga-se, estende-se, esmaga-nos. Diz-se que a necessidade aguça o engenho e a adversidade une os desgraçados. Será assim, mas por baixo. Ou seja, num nível inimaginável há uns tempos.
Perante as terríveis intenções constantes do famigerado OE 2001, pergunta-se qual a alternativa possível. Simples: são o FMI e esse estranho e novo organismo comunitários sobre os défices nacionais. Qual deles o pior. Isto é, se as medidas gravosas que o documento contem não forem aprovadas pela Assembleia da República, as que esses dois simpáticos e indulgentes compadres serão muitíssimo piores. É difícil aceitar, mas, pelos vistos, é assim. Cá se fazem, cá se pagam? Quem as fez? Nós, os Portugueses. Quem as vai pagar? Nós, os Portugueses. Bem podemos interrogar-nos que culpa temos nós, e que os malandros que nos empurraram para esta situação foram e são os políticos. Em especial, os Governos. E ainda mais especialmente o actual, do Sócrates. Sempre fomos assim: nem nos governamos, nem nos deixamos governar. Sertório já o escrevia para Roma. Resumindo: somos uma espécie de gente pilatosiana.
Segunda: os salvadores. Alínea a) Hugo Chavez. O presidente venezuelano veio a Portugal há uns escassos dias dar-nos as duas mãos para nos ajudar e consular um «homem bom», que é o nosso Primeiro. Honra lhe seja feita, o patrão da Venezuela fez uma mão cheia de encomendas, das casas até aos Magalhães, passando pelos navios. Positivo.
Alínea b) Hu Jintao, o Presidente da República Popular da China. Ele vem visitar-nos nos dias 6 e 7 de Novembro, acompanhado por uma comitiva de 50 empresários e vários membros do Governo chinês com o objectivo de realizar «acordos» e «contratos de investimento».de acordo com o comunicado oficial.
A antecedê-la, em Pequim, uma ministra da área financeira afirmou que a China se manifestou disponível para comprar títulos do tesouro português e «participar no esforço de recuperação económica e financeira» do nosso País. A este propósito, o Presidente da AEP, José António Barros afirmou que «tudo que venha aliviar a capacidade do Estado colocar a dívida é bom para Portugal». Isto porque, segundo ele, «para a economia chinesa, a dívida pública portuguesa é uma gota de água». E deve ser mesmo, penso.
Será a altura ideal para ver se os dois ilustres visitantes compram a dívida pública na totalidade. E tentar convencê-los de que essa será a melhor solução. Para eles? Não senhor, para nós. E, já agora, se estiverem também interessados em comprar este País, façam favor, sirvam-se.
Estamos safos. Portugal e os Portugueses afinal têm amigos bué da fixes, como dizem os meus netos e, agora, digo eu também.
DE REPENTE, no meio das trevas em que o País se encontra mergulhado, surgiam dois faróis, qual deles mais importante, para alumiar as escassas esperanças que persistem em sobreviver. O franzir de cenho que posso divisar afigura-se-me suficiente para dar nota das interrogações e das dúvidas sobre a afirmação anterior. Mas, mesmo neste manicómio nacional, tudo pode ter uma explicação, creio.
Vamos, então, por partes. Primeira: o enquadramento da negrura. Não será preciso produzir muita informação, tal é o abanão que resultou da ruptura das negociações entre o Governo e o PSD para se vir a ter um Orçamento para 2011. Os cidadãos já sabiam, nós já sabíamos, que, acabado o tempo das vacas gordas, chegaria o das vacas magras. E, até, que estas últimas enfileiravam na categoria global-portuguesa das loucas. Vacas, obviamente.
Agora, enquanto uma larguíssima parte de nós aperta, uma vez mais, o cinto (são suficientemente conhecidos os que estão isentos de o fazer), a fatalidade que nos tira a tranquilidade que ainda existia alarga-se, estende-se, esmaga-nos. Diz-se que a necessidade aguça o engenho e a adversidade une os desgraçados. Será assim, mas por baixo. Ou seja, num nível inimaginável há uns tempos.
Perante as terríveis intenções constantes do famigerado OE 2001, pergunta-se qual a alternativa possível. Simples: são o FMI e esse estranho e novo organismo comunitários sobre os défices nacionais. Qual deles o pior. Isto é, se as medidas gravosas que o documento contem não forem aprovadas pela Assembleia da República, as que esses dois simpáticos e indulgentes compadres serão muitíssimo piores. É difícil aceitar, mas, pelos vistos, é assim. Cá se fazem, cá se pagam? Quem as fez? Nós, os Portugueses. Quem as vai pagar? Nós, os Portugueses. Bem podemos interrogar-nos que culpa temos nós, e que os malandros que nos empurraram para esta situação foram e são os políticos. Em especial, os Governos. E ainda mais especialmente o actual, do Sócrates. Sempre fomos assim: nem nos governamos, nem nos deixamos governar. Sertório já o escrevia para Roma. Resumindo: somos uma espécie de gente pilatosiana.
Segunda: os salvadores. Alínea a) Hugo Chavez. O presidente venezuelano veio a Portugal há uns escassos dias dar-nos as duas mãos para nos ajudar e consular um «homem bom», que é o nosso Primeiro. Honra lhe seja feita, o patrão da Venezuela fez uma mão cheia de encomendas, das casas até aos Magalhães, passando pelos navios. Positivo.
Alínea b) Hu Jintao, o Presidente da República Popular da China. Ele vem visitar-nos nos dias 6 e 7 de Novembro, acompanhado por uma comitiva de 50 empresários e vários membros do Governo chinês com o objectivo de realizar «acordos» e «contratos de investimento».de acordo com o comunicado oficial.
A antecedê-la, em Pequim, uma ministra da área financeira afirmou que a China se manifestou disponível para comprar títulos do tesouro português e «participar no esforço de recuperação económica e financeira» do nosso País. A este propósito, o Presidente da AEP, José António Barros afirmou que «tudo que venha aliviar a capacidade do Estado colocar a dívida é bom para Portugal». Isto porque, segundo ele, «para a economia chinesa, a dívida pública portuguesa é uma gota de água». E deve ser mesmo, penso.
Será a altura ideal para ver se os dois ilustres visitantes compram a dívida pública na totalidade. E tentar convencê-los de que essa será a melhor solução. Para eles? Não senhor, para nós. E, já agora, se estiverem também interessados em comprar este País, façam favor, sirvam-se.
Estamos safos. Portugal e os Portugueses afinal têm amigos bué da fixes, como dizem os meus netos e, agora, digo eu também.