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Por João Paulo Guerra
O FÓRUM NÃO GOVERNAMENTAL para a Inclusão Social considerou que 2010 está a ser o pior dos últimos 30 anos em Portugal em matéria de combate à pobreza.
É paradoxal porque o ano de 2010 foi proclamado pela Europa, da qual Portugal faz parte e à qual se submete, Ano de Combate à Pobreza e Exclusão Social. Dir-se-á que a crise caiu em cima do país de supetão, sem aviso prévio, não só impedindo o combate à pobreza e à exclusão mas impondo mesmo novas e mais duras medidas de austeridade. Mas quem o disse faltará á verdade. Porque a verdade é que Portugal anda de crise em crise e de austeridade em austeridade, moribundo pela doença ou às portas da morte pela cura, há duas ou três décadas e há cinco ou seis governos. E portanto nenhuma crise chega a Portugal de surpresa, como nenhuma promessa de tréguas na austeridade passa de pura e simples demagogia com fins eleitorais ou outros.
Quando no ano passado, no auge de um feérico calendário de três campanhas eleitorais, o Governo inaugurou «o início do fim da crise» sabia que a promessa valia tanto como aquela do governo e do partido que acenaram, nos anos 80, com salário para as donas de casa. Aliás, deitando a crise para trás das costas, o Governo interrompeu no ano passado um longo período de congelamentos salariais na administração pública, com aumentos que agora vão ser cobrados com juros usurários pelo Estado.
E é assim que no Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social o número de pobres vai disparar no País, ao mesmo tempo que os talibans neo-conservadores vão continuar a influenciar as políticas anti-sociais, na Europa e em Portugal, e a acusar os pobres de constituírem a causa da pobreza. Perguntava Almeida Garrett quantos pobres são necessários para fazer um rico? Cada vez mais.
.Por João Paulo Guerra
O FÓRUM NÃO GOVERNAMENTAL para a Inclusão Social considerou que 2010 está a ser o pior dos últimos 30 anos em Portugal em matéria de combate à pobreza.
É paradoxal porque o ano de 2010 foi proclamado pela Europa, da qual Portugal faz parte e à qual se submete, Ano de Combate à Pobreza e Exclusão Social. Dir-se-á que a crise caiu em cima do país de supetão, sem aviso prévio, não só impedindo o combate à pobreza e à exclusão mas impondo mesmo novas e mais duras medidas de austeridade. Mas quem o disse faltará á verdade. Porque a verdade é que Portugal anda de crise em crise e de austeridade em austeridade, moribundo pela doença ou às portas da morte pela cura, há duas ou três décadas e há cinco ou seis governos. E portanto nenhuma crise chega a Portugal de surpresa, como nenhuma promessa de tréguas na austeridade passa de pura e simples demagogia com fins eleitorais ou outros.
Quando no ano passado, no auge de um feérico calendário de três campanhas eleitorais, o Governo inaugurou «o início do fim da crise» sabia que a promessa valia tanto como aquela do governo e do partido que acenaram, nos anos 80, com salário para as donas de casa. Aliás, deitando a crise para trás das costas, o Governo interrompeu no ano passado um longo período de congelamentos salariais na administração pública, com aumentos que agora vão ser cobrados com juros usurários pelo Estado.
E é assim que no Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social o número de pobres vai disparar no País, ao mesmo tempo que os talibans neo-conservadores vão continuar a influenciar as políticas anti-sociais, na Europa e em Portugal, e a acusar os pobres de constituírem a causa da pobreza. Perguntava Almeida Garrett quantos pobres são necessários para fazer um rico? Cada vez mais.
«DE» de 11 Out 10