Por João Paulo Guerra
JÁ LI NUM JORNAL que os alertas que têm invadido os jornais sobre putativos motins e outros distúrbios iminentes em Lisboa são simplesmente uma cartada do MAI para justificar a despesa extraordinária de 5 milhões com a compra de blindados anti-motim para suposta segurança da Cimeira da NATO.
Como em campanha publicitária, os alertas têm subido de dramatismo à medida que se aproxima a data da Cimeira e que os blindados não chegam. Há jornais que publicam verdadeiros ‘features' dos serviços secretos com as mais estrambólicas ameaças que andarão a pairar sobre o coitado do português. Perigosíssimos terroristas, que no dia seguinte são designados por extremistas, depois por anarquistas, mais tarde por esquerdistas, estarão entre nós preparados para pôr Lisboa de pantanas, mergulhada numa onda de inaudita violência.
De maneira que me parece que a jogada é mais ampla. Trata-se não apenas de justificar o dispêndio de 5 milhões em tempos de apertos, como também de diabolizar o cidadão que, no uso dos seus direitos, critique a NATO, a Cimeira de Lisboa e a ideia de globalização da Organização dita Atlântica. Quem o ousar é obviamente um malandrim a soldo do famoso Bin Laden, portador de armas de destruição maciça como as que ninguém encontrou no Iraque, merecedor de ser entregue à voragem das lagartas dos blindados.
Outra hipótese, também já aventada nos jornais, é que os blindados vão chegar à PSP, mas não para a Cimeira da NATO. Então para que serão os blindados anti-motim? Para a greve geral ou outras greves e manifestações que aí venham de contestação à austeridade de uma banda só? Só faltava mais essa. Que a política de empobrecimento extremo dos portugueses se escudasse por detrás de novos émulos do capitão Maltês ou do tenente Carrajola.
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«DE» de 8 Nov 10
JÁ LI NUM JORNAL que os alertas que têm invadido os jornais sobre putativos motins e outros distúrbios iminentes em Lisboa são simplesmente uma cartada do MAI para justificar a despesa extraordinária de 5 milhões com a compra de blindados anti-motim para suposta segurança da Cimeira da NATO.
Como em campanha publicitária, os alertas têm subido de dramatismo à medida que se aproxima a data da Cimeira e que os blindados não chegam. Há jornais que publicam verdadeiros ‘features' dos serviços secretos com as mais estrambólicas ameaças que andarão a pairar sobre o coitado do português. Perigosíssimos terroristas, que no dia seguinte são designados por extremistas, depois por anarquistas, mais tarde por esquerdistas, estarão entre nós preparados para pôr Lisboa de pantanas, mergulhada numa onda de inaudita violência.
De maneira que me parece que a jogada é mais ampla. Trata-se não apenas de justificar o dispêndio de 5 milhões em tempos de apertos, como também de diabolizar o cidadão que, no uso dos seus direitos, critique a NATO, a Cimeira de Lisboa e a ideia de globalização da Organização dita Atlântica. Quem o ousar é obviamente um malandrim a soldo do famoso Bin Laden, portador de armas de destruição maciça como as que ninguém encontrou no Iraque, merecedor de ser entregue à voragem das lagartas dos blindados.
Outra hipótese, também já aventada nos jornais, é que os blindados vão chegar à PSP, mas não para a Cimeira da NATO. Então para que serão os blindados anti-motim? Para a greve geral ou outras greves e manifestações que aí venham de contestação à austeridade de uma banda só? Só faltava mais essa. Que a política de empobrecimento extremo dos portugueses se escudasse por detrás de novos émulos do capitão Maltês ou do tenente Carrajola.
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«DE» de 8 Nov 10