Por João Duque
«DE»: Portugal deve pedir ajuda?
JD: Se Portugal tiver de pedir ajudaé porque os mercados assim o impõem e em resultado daquilo que pode ser a incapacidade de Portugal vir a recolher financiamento no mercado internacional. Ou seja, é um pouco resultado daquilo que é uma impossibilidade. Agora, de livre e espontânea vontade é difícil de dizer, até porque esse tipo de pedidos agravam as condições do rigor do controlo orçamental e normalmente nãoé fácil. É preferível não a pedir e pedirmos créditos e controlara despesa, admitindo que temos condições e que o mercado não nos penalize.
«DE»: Em que condições deveria Portugal negociar essa ajuda se a pedisse?
JD: Pedir ajuda depende das condições financeiras do apoio. Seria caricato pedir ajuda para estarmos a pagar o mesmo preço sem ajudas. O custo de capital terá de ser mais baixo. Mas o que deveria acontecer era haver emissão de dívida europeia, era um passo importante. Se conseguíssemos emitir dívida federal, duvido que o preço fosse além dos 3,5 ou 4%, o que é completamente diferente do que financiá-lo a 7% como estamos agora. Se conseguíssemos crédito em condições razoáveis, acho que era bom não termos de recorrer à ajuda. Para mim, o ‘trade off' é: se forem razoáveis as condições que nos oferecem para o custo desta dívida, devemos pensar se de facto vale a pena.
«DE»:Até Dezembro, a pressão para pedir apoio vai ser maior?
JD: Infelizmente, acho que a pressão já é enorme e eu não sei se temos capacidade para resistir. O problema põe-se ao nível dos bancos. O BCE vai começar a empurrar os bancos para o mercado do crédito internacional e aí, sim, temos um grande problema porque depois o mercado não concede crédito aos bancos. Ou o mercado internacional está depois aberto ou então o Estado tem de entrar com dinheiro fresco no capital dos bancos para não deixar cair em incumprimento. E isso piorava a situação. O Estado teria de recorrer a mais financiamento.
.«DE»: Portugal deve pedir ajuda?
JD: Se Portugal tiver de pedir ajudaé porque os mercados assim o impõem e em resultado daquilo que pode ser a incapacidade de Portugal vir a recolher financiamento no mercado internacional. Ou seja, é um pouco resultado daquilo que é uma impossibilidade. Agora, de livre e espontânea vontade é difícil de dizer, até porque esse tipo de pedidos agravam as condições do rigor do controlo orçamental e normalmente nãoé fácil. É preferível não a pedir e pedirmos créditos e controlara despesa, admitindo que temos condições e que o mercado não nos penalize.
«DE»: Em que condições deveria Portugal negociar essa ajuda se a pedisse?
JD: Pedir ajuda depende das condições financeiras do apoio. Seria caricato pedir ajuda para estarmos a pagar o mesmo preço sem ajudas. O custo de capital terá de ser mais baixo. Mas o que deveria acontecer era haver emissão de dívida europeia, era um passo importante. Se conseguíssemos emitir dívida federal, duvido que o preço fosse além dos 3,5 ou 4%, o que é completamente diferente do que financiá-lo a 7% como estamos agora. Se conseguíssemos crédito em condições razoáveis, acho que era bom não termos de recorrer à ajuda. Para mim, o ‘trade off' é: se forem razoáveis as condições que nos oferecem para o custo desta dívida, devemos pensar se de facto vale a pena.
«DE»:Até Dezembro, a pressão para pedir apoio vai ser maior?
JD: Infelizmente, acho que a pressão já é enorme e eu não sei se temos capacidade para resistir. O problema põe-se ao nível dos bancos. O BCE vai começar a empurrar os bancos para o mercado do crédito internacional e aí, sim, temos um grande problema porque depois o mercado não concede crédito aos bancos. Ou o mercado internacional está depois aberto ou então o Estado tem de entrar com dinheiro fresco no capital dos bancos para não deixar cair em incumprimento. E isso piorava a situação. O Estado teria de recorrer a mais financiamento.
«DE» de 29 Nov 10