Por José António Lima
QUANDO um socialista tão influente como António Vitorino vem assumir publicamente que «o Governo despertou tarde para o problema da dívida soberana», isso é sinal de que o PS já interiorizou a insustentabilidade desta governação de José Sócrates.
Bem como a inevitabilidade de uma mudança, a breve prazo, do ciclo político. (A propósito, cabe perguntar quando acordou Vitorino para tão magna e crítica questão, ele que andou desde 2008 a negar os alertas e as evidências em todas as intervenções que foi fazendo por múltiplos jornais e televisões...).
E quando um socialista tão ortodoxo como Vital Moreira aparece a escrever que «a remodelação governamental não deve esperar para depois das eleições presidenciais» e que «nada aconselha manter a mesma equipa que não ficou bem no retrato da execução orçamental do corrente ano», isso só pode querer dizer que os sinos tocam a rebate na aldeia socialista. Que o PS já não vê como fugir a eleições antecipadas e a uma pesada factura eleitoral em 2011. E que está em curso o início da fase pós-Sócrates.
Há já, aliás, no aparelho socialista, quem se apreste, mais ou menos explicitamente, para a sucessão, começando a arregimentar apoios e a contar espingardas. São três os candidatos óbvios ao lugar de secretário-geral, que Sócrates se verá forçado a abandonar na sequência de uma severa derrota eleitoral.
António Costa, que se distanciou em devido tempo do Governo e de Sócrates, decidindo correr em pista própria na Câmara de Lisboa. António José Seguro, que tem o extraordinário condão de ser um eterno candidato à liderança do PS, apesar de não se lhe conhecer um único pensamento político de fundo ou distintivo para o futuro do país. E Francisco Assis, que tentou gerir com inteligência, nos últimos meses, um percurso político autónomo e imune aos desvarios do naufrágio socratista.
Sabendo-se que o líder que inicia um novo ciclo é, em regra, de transição, não resistindo ao desgaste do cargo na Oposição, não será ainda este, certamente, o tempo de António Costa avançar. O PS terá, pois, que escolher, brevemente, entre Seguro e Assis. O aparelho decidirá.
.QUANDO um socialista tão influente como António Vitorino vem assumir publicamente que «o Governo despertou tarde para o problema da dívida soberana», isso é sinal de que o PS já interiorizou a insustentabilidade desta governação de José Sócrates.
Bem como a inevitabilidade de uma mudança, a breve prazo, do ciclo político. (A propósito, cabe perguntar quando acordou Vitorino para tão magna e crítica questão, ele que andou desde 2008 a negar os alertas e as evidências em todas as intervenções que foi fazendo por múltiplos jornais e televisões...).
E quando um socialista tão ortodoxo como Vital Moreira aparece a escrever que «a remodelação governamental não deve esperar para depois das eleições presidenciais» e que «nada aconselha manter a mesma equipa que não ficou bem no retrato da execução orçamental do corrente ano», isso só pode querer dizer que os sinos tocam a rebate na aldeia socialista. Que o PS já não vê como fugir a eleições antecipadas e a uma pesada factura eleitoral em 2011. E que está em curso o início da fase pós-Sócrates.
Há já, aliás, no aparelho socialista, quem se apreste, mais ou menos explicitamente, para a sucessão, começando a arregimentar apoios e a contar espingardas. São três os candidatos óbvios ao lugar de secretário-geral, que Sócrates se verá forçado a abandonar na sequência de uma severa derrota eleitoral.
António Costa, que se distanciou em devido tempo do Governo e de Sócrates, decidindo correr em pista própria na Câmara de Lisboa. António José Seguro, que tem o extraordinário condão de ser um eterno candidato à liderança do PS, apesar de não se lhe conhecer um único pensamento político de fundo ou distintivo para o futuro do país. E Francisco Assis, que tentou gerir com inteligência, nos últimos meses, um percurso político autónomo e imune aos desvarios do naufrágio socratista.
Sabendo-se que o líder que inicia um novo ciclo é, em regra, de transição, não resistindo ao desgaste do cargo na Oposição, não será ainda este, certamente, o tempo de António Costa avançar. O PS terá, pois, que escolher, brevemente, entre Seguro e Assis. O aparelho decidirá.
«SOL» de 12 Nov 10