Por José António Lima
A COMISSÃO EUROPEIA informou, agora, estar «preocupada porque Portugal não cumpriu as suas obrigações ao não abrir à concorrência os contratos para o fornecimento de computadores portáteis a estudantes e professores» do programa e-Escolas e dá dois meses ao Governo português para «responder de forma satisfatória», sob pena de «levar o caso ao Tribunal de Justiça» europeu. No que diz respeito ao afamado minicomputador Magalhães, do programa e-escolinhas, Bruxelas suspendeu o procedimento sancionatório depois de o Executivo de Sócrates dar garantias de ter passado a sujeitar a concurso público o seu fornecimento.
E qual foi a extraordinária reacção do secretário de Estado das Comunicações perante tal admoestação? «As dúvidas terminaram!», exclamou um sorridente Paulo Campos. Que teve, ainda, o topete de acrescentar: «Quero congratular-me com a decisão da Comissão Europeia de arquivar o procedimento» relativo ao Magalhães». Ou seja, o Governo reage como um delinquente que, após ser julgado por uma falcatrua, sai do tribunal a exultar com o facto de ter sido condenado com pena suspensa. «Como vêem, não fui preso, o processo está arquivado e as dúvidas terminaram!», diria o risonho trapaceiro.
Acrescente-se que a comissão de inquérito parlamentar à distribuição dos computadores Magalhães acaba de concluir que o Governo violou as regras «de confidencialidade, de transparência e de sã concorrência» ao entregar, sem concurso público, à empresa JP Sá Couto a produção e distribuição de mais de 400 mil computadores Magalhães. O que diz a isto o impenitente secretário de Estado Paulo Campos? Que «é uma atitude mesquinha» da Oposição, que apenas quer fazer «combate político a um programa de sucesso do Governo».
A propensão deste Governo para o clientelismo partidário e o amiguismo empresarial é capaz de perverter e estragar até boas ideias, como foi a distribuição dos Magalhães aos alunos do Ensino básico.
E a tendência para negar a realidade e tentar desmentir os factos mais evidentes e incontroversos tornou-se um hábito incorrigível deste Governo já fora de prazo. O extraordinário Paulo Campos não se cansa de o demonstrar. Um verdadeiro malabarista.
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«SOL» de 11 Jun 10
A COMISSÃO EUROPEIA informou, agora, estar «preocupada porque Portugal não cumpriu as suas obrigações ao não abrir à concorrência os contratos para o fornecimento de computadores portáteis a estudantes e professores» do programa e-Escolas e dá dois meses ao Governo português para «responder de forma satisfatória», sob pena de «levar o caso ao Tribunal de Justiça» europeu. No que diz respeito ao afamado minicomputador Magalhães, do programa e-escolinhas, Bruxelas suspendeu o procedimento sancionatório depois de o Executivo de Sócrates dar garantias de ter passado a sujeitar a concurso público o seu fornecimento.
E qual foi a extraordinária reacção do secretário de Estado das Comunicações perante tal admoestação? «As dúvidas terminaram!», exclamou um sorridente Paulo Campos. Que teve, ainda, o topete de acrescentar: «Quero congratular-me com a decisão da Comissão Europeia de arquivar o procedimento» relativo ao Magalhães». Ou seja, o Governo reage como um delinquente que, após ser julgado por uma falcatrua, sai do tribunal a exultar com o facto de ter sido condenado com pena suspensa. «Como vêem, não fui preso, o processo está arquivado e as dúvidas terminaram!», diria o risonho trapaceiro.
Acrescente-se que a comissão de inquérito parlamentar à distribuição dos computadores Magalhães acaba de concluir que o Governo violou as regras «de confidencialidade, de transparência e de sã concorrência» ao entregar, sem concurso público, à empresa JP Sá Couto a produção e distribuição de mais de 400 mil computadores Magalhães. O que diz a isto o impenitente secretário de Estado Paulo Campos? Que «é uma atitude mesquinha» da Oposição, que apenas quer fazer «combate político a um programa de sucesso do Governo».
A propensão deste Governo para o clientelismo partidário e o amiguismo empresarial é capaz de perverter e estragar até boas ideias, como foi a distribuição dos Magalhães aos alunos do Ensino básico.
E a tendência para negar a realidade e tentar desmentir os factos mais evidentes e incontroversos tornou-se um hábito incorrigível deste Governo já fora de prazo. O extraordinário Paulo Campos não se cansa de o demonstrar. Um verdadeiro malabarista.
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«SOL» de 11 Jun 10