Por José António Lima
À ESQUERDA, multiplicam-se as minicandidaturas às presidenciais. E com um argumento singular: o de que a profusão de candidatos, ao invés de enfraquecer – como parece óbvio – a campanha unitária de Manuel Alegre, vem, sim, dificultar a eleição de Cavaco Silva. O picaresco Defensor Moura, que se assume como «o candidato amigo dos animais» e cuja «primeira aposta será a regionalização» (para criar mais uns milhares de cargos políticos entregues às clientelas partidárias), garante: «Quanto mais candidatos, melhor». E o não menos pitoresco Fernando Nobre, que assegura ser «o único candidato independente e suprapartidário» (à falta de qualquer partido que o queira apoiar), não lhe fica atrás: «Quanto mais candidaturas houver, mais se discutirão propostas e ideias. Venham elas, são todas positivas». Aguardemos, pois, mais candidatos à procura de palco mediático para as suas ideias originais e vaidades pessoais. A coisa ameaça não ficar por aqui.
À direita, também há quem não desista de lançar mais candidaturas na corrida a Belém. Ribeiro e Castro e Bagão Félix aparecem todas as semanas a falar do tema e a empurrarem-se um ao outro, sem que nenhum se decida.
Curiosamente, por detrás destes ensaios de candidaturas mais ou menos folclóricas estão dois vultos bem conhecidos da política portuguesa. Fernando Nobre e Defensor Moura reconhecem ter falado com Mário Soares antes de anunciarem a intenção de recolher as necessárias assinaturas. Bagão Félix e Ribeiro e Castro, por seu lado, não escondem que têm discutido amplamente as várias hipóteses de candidatura com Santana Lopes. Terá Soares alguma coisa contra Alegre? E Santana contra Cavaco?
A verdade é que Santana Lopes, que havia dado um prazo impreterível até ao final de Julho para surgir um qualquer candidato alternativo a Cavaco, voltou esta semana a insistir: «É mesmo necessária esta candidatura». Quem será o Defensor Moura da direita que Santana tem em mente? Pelo andar da carruagem, arrisca-se a ser ele próprio.
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«SOL» de 13 Ago 10
À ESQUERDA, multiplicam-se as minicandidaturas às presidenciais. E com um argumento singular: o de que a profusão de candidatos, ao invés de enfraquecer – como parece óbvio – a campanha unitária de Manuel Alegre, vem, sim, dificultar a eleição de Cavaco Silva. O picaresco Defensor Moura, que se assume como «o candidato amigo dos animais» e cuja «primeira aposta será a regionalização» (para criar mais uns milhares de cargos políticos entregues às clientelas partidárias), garante: «Quanto mais candidatos, melhor». E o não menos pitoresco Fernando Nobre, que assegura ser «o único candidato independente e suprapartidário» (à falta de qualquer partido que o queira apoiar), não lhe fica atrás: «Quanto mais candidaturas houver, mais se discutirão propostas e ideias. Venham elas, são todas positivas». Aguardemos, pois, mais candidatos à procura de palco mediático para as suas ideias originais e vaidades pessoais. A coisa ameaça não ficar por aqui.
À direita, também há quem não desista de lançar mais candidaturas na corrida a Belém. Ribeiro e Castro e Bagão Félix aparecem todas as semanas a falar do tema e a empurrarem-se um ao outro, sem que nenhum se decida.
Curiosamente, por detrás destes ensaios de candidaturas mais ou menos folclóricas estão dois vultos bem conhecidos da política portuguesa. Fernando Nobre e Defensor Moura reconhecem ter falado com Mário Soares antes de anunciarem a intenção de recolher as necessárias assinaturas. Bagão Félix e Ribeiro e Castro, por seu lado, não escondem que têm discutido amplamente as várias hipóteses de candidatura com Santana Lopes. Terá Soares alguma coisa contra Alegre? E Santana contra Cavaco?
A verdade é que Santana Lopes, que havia dado um prazo impreterível até ao final de Julho para surgir um qualquer candidato alternativo a Cavaco, voltou esta semana a insistir: «É mesmo necessária esta candidatura». Quem será o Defensor Moura da direita que Santana tem em mente? Pelo andar da carruagem, arrisca-se a ser ele próprio.
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«SOL» de 13 Ago 10