segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sarkozy e Chávez vão para a guerra

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Por Ferreira Fernandes

UM É CAMPEÃO conservador na Europa, outro é chefe anti-imperialista nas Américas. Na semana que findou foram vedetas dos noticiários e foram irmãos de armas, Nicolas Sarkozy e Hugo Chávez.
O francês fez um discurso em tom marcial, identificando imigração e delinquência e ameaçando retirar a nacionalidade a "franceses de origem estrangeira" envolvidos em crimes. O que trouxe para terreiro uma categoria de nacionalidade desconhecida - até agora não havia senão franceses, franceses (incluindo o filho de imigrante húngaro que chega a Presidente). Já Chávez absteve-se dos seus longos monólogos televisionados (no programa semanal Aló Presidente), mas encontrou uma fórmula melhor para chamar atenção. Depois de dias desaparecido, telefonou para a televisão pública VTV dizendo que lhe dá "tristeza e dor passar quatro, cinco e seis horas revendo planos de guerra." Entretanto, espalhou com grande alarido unidades militares na fronteira com a Colômbia.
Sarkozy diz palavras que podem incendiar o seu país. Chávez atiça a sua Venezuela contra os vizinhos. Não são doidos, nem um nem outro querem o que parece apregoarem. Acontece é que abriu a campanha presidencial de 2012, em França, e há legislativas em Setembro, na Venezuela. E essa bela invenção que são as eleições às vezes traz com ela um senão: passa a mão pelo pêlo ao pior que nós temos.
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«DN» de 2 Ago 10