terça-feira, 17 de agosto de 2010

Esqueçam a Luz, agora é 'ping-pong'

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Por Ferreira Fernandes

PARA MANÉ Garrincha, Roma era uma cidade inesquecível: "Não foi nessa cidade que seu Feola escorregou e caiu?" De Roma, o maravilhoso jogador só guardara a recordação infantil da queda do seu gordo treinador.
Será que desta semana, daqui a 20 anos, também só teremos como recordação o infeliz início de época do Benfica? E será que nos iremos lembrar até dos números exactos: 1-2? Suspeito que não, esses números são escassos para a contar esta semana.
O número certo é 1288 comparado com 1339, ambos seguidos de mil milhões, nomeados como dólares e emprestados, respectivamente, ao Japão e à China. E eles significam que estamos a entrar num outro campeonato.
Já não há Três Grandes (nem, muito menos, Quatro: onde já vão os Belenenses deste torneio de PIB's das nações...)
Esta semana aconteceu isto: a China ultrapassou o Japão como segunda potência económica mundial e com tais ganas que estamos definitivamente num court de ténis, numa mesa de ping-pong, enfim, num duelo. É a dois, Estados Unidos e China, o que se joga a partir de agora. E joga-se com a sensação de um resultado inevitável e já aprazado: em 2030, dizem especialistas, os chineses passam os americanos.
Daqui a 20 anos ainda somos capazes de nos lembrar da derrota da Luz? Pensando bem, em 2030 devemos ter outras preocupações.
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«DN» de 17 Ago 10