terça-feira, 11 de maio de 2010

Alternância

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Por João Paulo Guerra

SERÁ QUE O PS e o respectivo líder já começaram a preocupar-se com os resultados das sondagens?


É que, quase de um dia para o outro, os socialistas começaram a desabar nas intenções de voto e nos índices de confiança dos inquiridos por sondagens em Portugal. Não foi preciso muito. Quem responde a sondagens não tem ainda qualquer razão para conhecer Pedro Passos Coelho, as suas ideias e propósitos, a sua personalidade e carácter. Mas a verdade é que o pouco que dele conhecem chega para lhe empenharem a respectiva intenção de voto, levando-o e ao seu partido a ultrapassarem o líder dos socialistas e o PS. E porquê?

Por toda a Europa os socialistas têm vindo a ser varridos do poder. Porque as pessoas repudiam a ideia de uma política social, de uma Europa social, porque as pessoas não aceitam os valores da solidariedade, porque rejeitam o socialismo? Não. Porque os socialistas que chegaram ao poder e o exerceram por essa Europa fora praticaram tanto socialismo como o mais empedernido neoliberal. E assim, desenganados deste socialismo que rouba aos pobres para dar a alguns ricos, os eleitores aventuram-se a mudar. Claro que não vão ganhar nada com a mudança. A não ser um pequeno mas significativo detalhe. Enquanto no poder os socialistas fazem a política pura e dura da direita, na oposição não deixam a direita levar a respectiva política até ao fim e ao fundo. Para além disso, nos primeiros tempos de um governo de direita os eleitores não dão tão depressa pela brutalidade com que o poder lhes vai aos bolsos e às liberdades. Pela simples razão que os socialistas, antes de saírem, fizeram a parte mais pesada do trabalho sujo.

Chama-se a isto alternância. Embora haja quem lhe chame simplificadamente alterne.
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«DE» de 11 Mai 10