Por João Paulo Guerra
O DR. PASSOS COELHO, presidente do PSD, sofre tanto com as dores do partido do Governo que já deve ter-se esquecido que é líder do maior partido da oposição.
Depois de ter cortado as pernas à moção de censura do PCP, Passos Coelho ameaçou com uma moção própria, caso viesse a provar-se que o primeiro-ministro não dissera a verdade ao Parlamento sobre o negócio PT/TVI. Porém, no mesmo dia, tirou o tapete à comissão de inquérito que poderia chegar a uma conclusão que o PSD, pelos vistos, não quer admitir. E porquê? Porque não quer apresentar moção de censura ao Governo coisíssima nenhuma. E agora, mal se aventou a hipótese de uma greve geral, o primeiro a fazer figas contra a paralisação, substituindo-se mesmo ao próprio partido do Governo, foi o líder do maior partido da oposição.
E assim vai a democracia e a perspectiva de alternância em Portugal: o PSD, maior partido da oposição, é a muleta do partido do Governo e o próprio Passos Coelho é a canadiana de José Sócrates. As regras do jogo democrático estão assim viciadas: os adversários, em lugar de jogarem, dançam o tango e o próprio árbitro promove o jogo passivo e o empate a zeros. Por muito menos, do que fez e do que não fez o dr. Passos Coelho em tão curto espaço de tempo, já caíram outros líderes do PSD.
Claro que o dr. Passos Coelho quer deste modo exibir um cartão-de-visita de homem de Estado, responsável e até mesmo co-responsável em caso de necessidade, e com essa auréola chegar à primeira oportunidade que tiver para ajustar contas com o PS e mandar José Sócrates dançar tangos para o Largo do Rato. A questão é saber se os eleitores vão ou não esquecer que cada medida de austeridade tem a cara do PS. Mas tem também a coroa do PSD.
.O DR. PASSOS COELHO, presidente do PSD, sofre tanto com as dores do partido do Governo que já deve ter-se esquecido que é líder do maior partido da oposição.
Depois de ter cortado as pernas à moção de censura do PCP, Passos Coelho ameaçou com uma moção própria, caso viesse a provar-se que o primeiro-ministro não dissera a verdade ao Parlamento sobre o negócio PT/TVI. Porém, no mesmo dia, tirou o tapete à comissão de inquérito que poderia chegar a uma conclusão que o PSD, pelos vistos, não quer admitir. E porquê? Porque não quer apresentar moção de censura ao Governo coisíssima nenhuma. E agora, mal se aventou a hipótese de uma greve geral, o primeiro a fazer figas contra a paralisação, substituindo-se mesmo ao próprio partido do Governo, foi o líder do maior partido da oposição.
E assim vai a democracia e a perspectiva de alternância em Portugal: o PSD, maior partido da oposição, é a muleta do partido do Governo e o próprio Passos Coelho é a canadiana de José Sócrates. As regras do jogo democrático estão assim viciadas: os adversários, em lugar de jogarem, dançam o tango e o próprio árbitro promove o jogo passivo e o empate a zeros. Por muito menos, do que fez e do que não fez o dr. Passos Coelho em tão curto espaço de tempo, já caíram outros líderes do PSD.
Claro que o dr. Passos Coelho quer deste modo exibir um cartão-de-visita de homem de Estado, responsável e até mesmo co-responsável em caso de necessidade, e com essa auréola chegar à primeira oportunidade que tiver para ajustar contas com o PS e mandar José Sócrates dançar tangos para o Largo do Rato. A questão é saber se os eleitores vão ou não esquecer que cada medida de austeridade tem a cara do PS. Mas tem também a coroa do PSD.
«DE» de 27 Mai 10