Por João Paulo Guerra
A CÂMARA DE SANTA Comba Dão está a estudar o local para colocar uma estátua de Salazar. Nada mais justo, dado que a “estátua” foi uma das instituições mais recorrentes do regime salazarista.
Um texto na blogosfera descreve como era: "o preso em interrogatório ficava de pé, sem se poder mexer, o tempo que os polícias entendessem. Podiam ser horas, podiam ser dias." No ‘site' "Estudos sobre o Comunismo", de José Pacheco Pereira, diz-se que tal prática salazarenta "passava por obrigar o preso a estar de pé estático, até desmaiar."
A "tortura da estátua" representou um "aperfeiçoamento" dos "métodos de investigação" e obtenção de confissões por parte da polícia política salazarista. Os espancamentos e outras brutalidades equiparadas - como os choques eléctricos e as queimaduras - tinham alguma eficácia em matéria de recolha de informações e confissões, mas deixavam marcas visíveis nos corpos o que determinava o prolongamento da situação de isolamento dos presos. O contacto da polícia política salazarista com as suas congéneres dos tempos da II Guerra Mundial, particularmente a Gestapo alemã, promoveu alguma modernização das velhas técnicas dos "safanões a tempo", como dizia o ditador santa-combense.
Existem aliás testemunhos registados para a História, e muitos outros ainda vivos, sobre a "estátua" salazarista. Palma Inácio sofreu a "estátua" por 12 dias consecutivos. Quanto a Veiga de Oliveira, a "estátua" ao fim de 18 dias de "tortura do sono", deixou-o em estado de coma. À pintora Teresa Dias Coelho incharam-lhe de tal forma os pés, em consequência da "estátua", que lhe rebentaram os sapatos.
Quanto à estátua em Santa Comba é um projecto revisto. O original foi pelos ares em 1978 e perdeu a cabeça.
.A CÂMARA DE SANTA Comba Dão está a estudar o local para colocar uma estátua de Salazar. Nada mais justo, dado que a “estátua” foi uma das instituições mais recorrentes do regime salazarista.
Um texto na blogosfera descreve como era: "o preso em interrogatório ficava de pé, sem se poder mexer, o tempo que os polícias entendessem. Podiam ser horas, podiam ser dias." No ‘site' "Estudos sobre o Comunismo", de José Pacheco Pereira, diz-se que tal prática salazarenta "passava por obrigar o preso a estar de pé estático, até desmaiar."
A "tortura da estátua" representou um "aperfeiçoamento" dos "métodos de investigação" e obtenção de confissões por parte da polícia política salazarista. Os espancamentos e outras brutalidades equiparadas - como os choques eléctricos e as queimaduras - tinham alguma eficácia em matéria de recolha de informações e confissões, mas deixavam marcas visíveis nos corpos o que determinava o prolongamento da situação de isolamento dos presos. O contacto da polícia política salazarista com as suas congéneres dos tempos da II Guerra Mundial, particularmente a Gestapo alemã, promoveu alguma modernização das velhas técnicas dos "safanões a tempo", como dizia o ditador santa-combense.
Existem aliás testemunhos registados para a História, e muitos outros ainda vivos, sobre a "estátua" salazarista. Palma Inácio sofreu a "estátua" por 12 dias consecutivos. Quanto a Veiga de Oliveira, a "estátua" ao fim de 18 dias de "tortura do sono", deixou-o em estado de coma. À pintora Teresa Dias Coelho incharam-lhe de tal forma os pés, em consequência da "estátua", que lhe rebentaram os sapatos.
Quanto à estátua em Santa Comba é um projecto revisto. O original foi pelos ares em 1978 e perdeu a cabeça.
«DE» de 17 mai 10