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Por João Paulo Guerra
AS SONDAGENS que continuam a dar o primeiro lugar nas intenções de voto ao PSD ainda não contemplam os últimos acontecimentos, como sejam algumas modalidades de oposição ao projecto de revisão da Constituição elaborado pelo dr. Teixeira Pinto, antigo secretário de Estado da Presidência dos Conselhos de Ministros de Cavaco Silva, e perfilhado pelo dr. Passos Coelho. E a anteriores manifestações de oposição ao projecto juntam-se com particular vigor e ressonância as da Igreja católica e do PSD Madeira.
Os bispos rejeitam o fundamentalismo do projecto em relação ao carácter tendencialmente gratuito do Serviço Nacional da Saúde e do sistema da Educação. E o PSD, que tantas vezes se colou à doutrina eleitoral dos bispos contra o "perigo vermelho" para "cacicar" votos, sabe por experiência que a propaganda dos púlpitos vale mais que mil cartazes. Por outro lado, o partido do dr. Passos Coelho pode correr o risco inesperado de, pela primeira vez na história da democracia portuguesa, perder eleições na Madeira. Porque quem ganha as eleições na Madeira, como toda a gente sabe, é quem o dr. Jardim quiser que ganhe, seja o PSD ou outra coisa qualquer. Acontece que com este projecto de revisão, o PSD do dr. Passos Coelho, na Madeira, "passe bem, muito obrigado".
Quer dizer: o dr. Passos Coelho chegou ao palanque e, sem que dissesse "ai" nem "ui", caiu-lhe no colo o descontentamento contra o PS. Apesar de grande parte do que o PS tem feito levar o visto do PSD. Mas agora, o dr. Passos Coelho corre dois perigos: o primeiro é o de, havendo eleições, perdê-las, depois de ter tido o pássaro na mão; o segundo, é o que havendo eleições à vista, nem sequer lá chegar, porque o próprio PSD perceberá que tem uma "razão atendível" para o remover da liderança.
Por João Paulo Guerra
AS SONDAGENS que continuam a dar o primeiro lugar nas intenções de voto ao PSD ainda não contemplam os últimos acontecimentos, como sejam algumas modalidades de oposição ao projecto de revisão da Constituição elaborado pelo dr. Teixeira Pinto, antigo secretário de Estado da Presidência dos Conselhos de Ministros de Cavaco Silva, e perfilhado pelo dr. Passos Coelho. E a anteriores manifestações de oposição ao projecto juntam-se com particular vigor e ressonância as da Igreja católica e do PSD Madeira.
Os bispos rejeitam o fundamentalismo do projecto em relação ao carácter tendencialmente gratuito do Serviço Nacional da Saúde e do sistema da Educação. E o PSD, que tantas vezes se colou à doutrina eleitoral dos bispos contra o "perigo vermelho" para "cacicar" votos, sabe por experiência que a propaganda dos púlpitos vale mais que mil cartazes. Por outro lado, o partido do dr. Passos Coelho pode correr o risco inesperado de, pela primeira vez na história da democracia portuguesa, perder eleições na Madeira. Porque quem ganha as eleições na Madeira, como toda a gente sabe, é quem o dr. Jardim quiser que ganhe, seja o PSD ou outra coisa qualquer. Acontece que com este projecto de revisão, o PSD do dr. Passos Coelho, na Madeira, "passe bem, muito obrigado".
Quer dizer: o dr. Passos Coelho chegou ao palanque e, sem que dissesse "ai" nem "ui", caiu-lhe no colo o descontentamento contra o PS. Apesar de grande parte do que o PS tem feito levar o visto do PSD. Mas agora, o dr. Passos Coelho corre dois perigos: o primeiro é o de, havendo eleições, perdê-las, depois de ter tido o pássaro na mão; o segundo, é o que havendo eleições à vista, nem sequer lá chegar, porque o próprio PSD perceberá que tem uma "razão atendível" para o remover da liderança.
«DE» de 27 Jul 10