Por Ferreira Fernandes
NOS DEPORTOS, os Estados Unidos exerceram sempre a sua golden share. Chegou-lhes o cricket do estrangeiro e transformaram-no em basebol. Veio o râguebi e fizeram o futebol americano (nacionalização dupla: acabaram com as hipóteses locais do râguebi e registaram a palavra football, obrigando o legítimo a inventar nome esquisito, soccer)... Ao futebol, além do desvio do nome, empurram-no para um destino pouco viril, promovendo-o nas equipas femininas e insinuando que era desporto dos filhinhos de mamãs da classe média que não trabalham.
Em todo o mundo o futebol apareceu onde operários instalavam os cabos submarinos; nos EUA desapareceu porque nunca foi o desporto de quem usa fato-macaco. E assim nasceu um dos mistérios contemporâneos: como é que a pátria da globalização não adoptou o mais global dos fenómenos? Parecia assunto arrumado. Pois não é: hoje, no átrio principal da Grand Central Terminal, em Nova Iorque, a maior estação de comboios do mundo (e tão nossa conhecida por causa de Hollywood: Intriga Internacional, Cotton Club, O Príncipe das Marés...) haverá um ecrã gigante para o Espanha-Holanda. A última vez que um desporto o merecera foi nas World Series de 1996, nas finais do campeonato de basebol. Ele há sinais que valem mais do que prognósticos de polvo.
.NOS DEPORTOS, os Estados Unidos exerceram sempre a sua golden share. Chegou-lhes o cricket do estrangeiro e transformaram-no em basebol. Veio o râguebi e fizeram o futebol americano (nacionalização dupla: acabaram com as hipóteses locais do râguebi e registaram a palavra football, obrigando o legítimo a inventar nome esquisito, soccer)... Ao futebol, além do desvio do nome, empurram-no para um destino pouco viril, promovendo-o nas equipas femininas e insinuando que era desporto dos filhinhos de mamãs da classe média que não trabalham.
Em todo o mundo o futebol apareceu onde operários instalavam os cabos submarinos; nos EUA desapareceu porque nunca foi o desporto de quem usa fato-macaco. E assim nasceu um dos mistérios contemporâneos: como é que a pátria da globalização não adoptou o mais global dos fenómenos? Parecia assunto arrumado. Pois não é: hoje, no átrio principal da Grand Central Terminal, em Nova Iorque, a maior estação de comboios do mundo (e tão nossa conhecida por causa de Hollywood: Intriga Internacional, Cotton Club, O Príncipe das Marés...) haverá um ecrã gigante para o Espanha-Holanda. A última vez que um desporto o merecera foi nas World Series de 1996, nas finais do campeonato de basebol. Ele há sinais que valem mais do que prognósticos de polvo.
«DN» de 11 Jul 10