Por Ferreira Fernandes
PAULO PORTAS tem solução para o governo do País: coligação entre PS, PSD e CDS. Parece-me uma solução maravilhosa, há crise e para combatê-la são precisos todos. Uma soma de três vontades, boa!
Analisemos, então, as partes dessa soma. Uma está garantida, o próprio líder do CDS a proclamou. É a mais pequenina, mas alguém havia de tomar a iniciativa. Infelizmente, porém, a proposta de Portas esgota-se nele. O PSD ainda há dias varreu a intenção de dançar o tango a dois, quanto mais um vira colectivo! Por seu lado, o PS só entra na coligação na condição de mudar os estatutos e aceitar que Paulo Portas possa vetar o futuro líder socialista (se for José e das Beiras, não).
Contas feitas, temos então uma coligação tripartida com só um garantido. O que é curto. É, a política é menos diurética que os restantes hábitos portugueses - não é por mijar um, que mijam logo dois ou três. Portas, claro, sabia que a sua proposta era inviável. Mas fê-la por causa de um dos dramas da política portuguesa: um dos seus mais talentosos tenores não tem orquestra que o acompanhe e é obrigado a partes gagas para fazer de conta que o seu CDS é protagonista.
Esse drama eu gostaria de resolver com uma iniciativa à Portas mas que não exclui ninguém, pelo contrário: o PS e/ou o PSD deviam fazer uma OPA ao CDS para comprar-lhe o vivo Portas e dar-lhe a dimensão devida.
«DN» de 16 Jul 10
PAULO PORTAS tem solução para o governo do País: coligação entre PS, PSD e CDS. Parece-me uma solução maravilhosa, há crise e para combatê-la são precisos todos. Uma soma de três vontades, boa!
Analisemos, então, as partes dessa soma. Uma está garantida, o próprio líder do CDS a proclamou. É a mais pequenina, mas alguém havia de tomar a iniciativa. Infelizmente, porém, a proposta de Portas esgota-se nele. O PSD ainda há dias varreu a intenção de dançar o tango a dois, quanto mais um vira colectivo! Por seu lado, o PS só entra na coligação na condição de mudar os estatutos e aceitar que Paulo Portas possa vetar o futuro líder socialista (se for José e das Beiras, não).
Contas feitas, temos então uma coligação tripartida com só um garantido. O que é curto. É, a política é menos diurética que os restantes hábitos portugueses - não é por mijar um, que mijam logo dois ou três. Portas, claro, sabia que a sua proposta era inviável. Mas fê-la por causa de um dos dramas da política portuguesa: um dos seus mais talentosos tenores não tem orquestra que o acompanhe e é obrigado a partes gagas para fazer de conta que o seu CDS é protagonista.
Esse drama eu gostaria de resolver com uma iniciativa à Portas mas que não exclui ninguém, pelo contrário: o PS e/ou o PSD deviam fazer uma OPA ao CDS para comprar-lhe o vivo Portas e dar-lhe a dimensão devida.