Por João Paulo Guerra
SEMPRE SERIA mais transparente e sério que andar a jogar às escondidas com a candidatura de Manuel Alegre, que incomoda os socialistas mais direitinhos. Além disso, o apoio do PS à reeleição de Cavaco Silva passaria a pressão para o lado do actual chefe de Estado, na hipótese de ser reeleito, quanto a uma eventual dissolução do Parlamento e convocação de eleições.
Então porque é que o PS, que tem tantas reticências em relação à candidatura de Alegre como em relação ao socialismo, não se decide a apoiar a candidatura de Cavaco Silva? Provavelmente porque não tem a certeza que tal apoio garanta a reeleição. Uma leitura sociológica das legislativas do ano passado confirma a esquerda como maioritária no país. Se o PS quisesse eleger o próximo Presidente avançava com um candidato consensual e garantia a eleição. Mas o PS, tal como não apoia Alegre, também não avança com outro candidato. O PS quer que o eleitorado maioritariamente de esquerda do país se canse, deixe de crer, se divida, se desmobilize e dê como inevitável a vitória da direita. Então porque é que o PS não dá o passo mais simples e apoia Cavaco Silva? Porque não tem a certeza que a revolta do seu eleitorado não cause estragos fatais nos resultados das presidenciais e em futuras eleições legislativas.
Há cinco anos, contra Cavaco Silva e contra um candidato oficial do PS, com candidatos autónomos do Bloco de Esquerda e do PCP, a esquerda esteve a escassos milhares de votos de forçar uma segunda volta entre Cavaco e Alegre. E porque não se decide o PS a apoiar Alegre? Terá medo de ganhar?
.O Partido Socialista deveria anunciar o seu apoio à reeleição do professor Cavaco Silva, retribuindo assim a gentileza do PSD, que em 1991 apoiou oficialmente a reeleição de Mário Soares.
SEMPRE SERIA mais transparente e sério que andar a jogar às escondidas com a candidatura de Manuel Alegre, que incomoda os socialistas mais direitinhos. Além disso, o apoio do PS à reeleição de Cavaco Silva passaria a pressão para o lado do actual chefe de Estado, na hipótese de ser reeleito, quanto a uma eventual dissolução do Parlamento e convocação de eleições.
Então porque é que o PS, que tem tantas reticências em relação à candidatura de Alegre como em relação ao socialismo, não se decide a apoiar a candidatura de Cavaco Silva? Provavelmente porque não tem a certeza que tal apoio garanta a reeleição. Uma leitura sociológica das legislativas do ano passado confirma a esquerda como maioritária no país. Se o PS quisesse eleger o próximo Presidente avançava com um candidato consensual e garantia a eleição. Mas o PS, tal como não apoia Alegre, também não avança com outro candidato. O PS quer que o eleitorado maioritariamente de esquerda do país se canse, deixe de crer, se divida, se desmobilize e dê como inevitável a vitória da direita. Então porque é que o PS não dá o passo mais simples e apoia Cavaco Silva? Porque não tem a certeza que a revolta do seu eleitorado não cause estragos fatais nos resultados das presidenciais e em futuras eleições legislativas.
Há cinco anos, contra Cavaco Silva e contra um candidato oficial do PS, com candidatos autónomos do Bloco de Esquerda e do PCP, a esquerda esteve a escassos milhares de votos de forçar uma segunda volta entre Cavaco e Alegre. E porque não se decide o PS a apoiar Alegre? Terá medo de ganhar?
«DE» de 16 Abr 10