sexta-feira, 9 de abril de 2010

Por aí

.
Por João Paulo Guerra

O Dr. Santana Lopes, que se desencontrou com uma esperada “vaga de fundo” que o reconduzisse à liderança do PPD-PSD, anda por aí e não se cala.

AGORA, comentando uma trica sobre o "caso TVI", o ex-presidente do Conselho, do PPD-PSD, das Câmaras de Lisboa e da Figueira da Foz e do Sporting, disse que "a pouco e pouco vai-se sabendo o que aconteceu em 2004 e 2005". Ora o mal do Dr. Santana Lopes é que em 2004 /05 soube-se bem de mais o que estava a acontecer. E o que estava a acontecer era que "o governo era mau", como opinou recentemente Jorge Sampaio, era a "má moeda" como sentenciou na altura Cavaco Silva.

Poderá argumentar-se que de maus governos e más moedas está a democracia portuguesa cheia a deitar por fora. É pura verdade. Mas com nenhum outro governo, como com o do Dr. Santana Lopes, apesar de grandes esforços da concorrência, a política se exerceu com tanta comicidade, mesmo que involuntária, e se rodeou de tamanha salgalhada e tanto imprevisto.

Claro que o Dr. Santana Lopes não se reconhecerá nesta apresentação, preferindo passar por vítima de uma conspiração que se terá consumado às mãos de Jorge Sampaio mas que contou com vasta panóplia de personagens, interpretes, meios e fins. Até a TVI, calcule-se.

Ou seja: o tempo passa mas o Dr. Santana Lopes continua ainda hoje "na incubadora, a ver passar membros da família que dão uns estalos ao bebé". Mais tarde será o "guerreiro menino", chorando com o peso "da barra nos ombros". Depois chegará a fase das facadas e das consequentes "cicatrizes nas costas", até não caber mais nenhuma. Mais além passará pela "casa abanada" à qual "atiram pedras todos os dias". Não sobrará tempo nem sequer para uma sesta. Mas de derrota em derrota se chega com frequência à vitória final.

«DE» de 9 Abr 10