Por João Paulo Guerra
O LIBERTÁRIO arrependido do Maio de 68 Daniel Cohn-Bendit inventou um estratagema para forçar os eurodeputados a ouvir o MRPumPum reorganizado de 1975 Durão Barroso: cada deputado ao Parlamento Europeu teria ontem que responder a três chamadas durante o discurso e debate de três horas do Estado da União da Europa dos 27. Segundo a proposta de Cohn-Bendit, quem falhasse duas das três chamadas pagaria uma multa de 75 euros.
A esquerdalhada que fez o trânsito de conveniência para o bem-bom da direita não perdeu por esse motivo os tiques estalinistas nem os estribilhos pseudo-revolucionários. Ontem, no plenário, vigoraria o slogan: «Nem mais, um só, eurodeputado no forrobodó». Estrasburgo queria comprar comparências com aparências. O Parlamento Europeu é um fórum de 736 almas mas muito menos corpos presentes. E a peregrina ideia de pagar pela ausência, ou de comprar a presença, conhecem-na os portugueses de ginjeira dos tempos das manifestações de «voluntários à força e das concentrações de figurantes que, não comparecendo, perdiam o emprego. A falta de franqueza e de imaginação na política tem destas coisas: dá-se uma volta e depara-se com comprometedoras conotações.
«Chegou a hora da verdade», proclamou ontem em Estrasburgo Durão Barroso falando para a audiência. E a verdade é que seria de calcular que o presidente da Comissão Europeia fosse dizer o que realmente disse: que o Estado da União é do melhor que há, que a União Europeia está hoje melhor do que há um ano, que a recuperação económica está em marcha. «Porreiro, pá.»
A comparência forçada foi revogada mesmo em cima do acontecimento. Alguns eurodeputados, incluindo portugueses, tinham-se manifestado dispostos a pagar para não ouvir Barroso.
.O LIBERTÁRIO arrependido do Maio de 68 Daniel Cohn-Bendit inventou um estratagema para forçar os eurodeputados a ouvir o MRPumPum reorganizado de 1975 Durão Barroso: cada deputado ao Parlamento Europeu teria ontem que responder a três chamadas durante o discurso e debate de três horas do Estado da União da Europa dos 27. Segundo a proposta de Cohn-Bendit, quem falhasse duas das três chamadas pagaria uma multa de 75 euros.
A esquerdalhada que fez o trânsito de conveniência para o bem-bom da direita não perdeu por esse motivo os tiques estalinistas nem os estribilhos pseudo-revolucionários. Ontem, no plenário, vigoraria o slogan: «Nem mais, um só, eurodeputado no forrobodó». Estrasburgo queria comprar comparências com aparências. O Parlamento Europeu é um fórum de 736 almas mas muito menos corpos presentes. E a peregrina ideia de pagar pela ausência, ou de comprar a presença, conhecem-na os portugueses de ginjeira dos tempos das manifestações de «voluntários à força e das concentrações de figurantes que, não comparecendo, perdiam o emprego. A falta de franqueza e de imaginação na política tem destas coisas: dá-se uma volta e depara-se com comprometedoras conotações.
«Chegou a hora da verdade», proclamou ontem em Estrasburgo Durão Barroso falando para a audiência. E a verdade é que seria de calcular que o presidente da Comissão Europeia fosse dizer o que realmente disse: que o Estado da União é do melhor que há, que a União Europeia está hoje melhor do que há um ano, que a recuperação económica está em marcha. «Porreiro, pá.»
A comparência forçada foi revogada mesmo em cima do acontecimento. Alguns eurodeputados, incluindo portugueses, tinham-se manifestado dispostos a pagar para não ouvir Barroso.
«DE» de 8 Set 10