Por Ferreira Fernandes
HOUVE EXAGERO na comissária europeia Viviane Reding quando aludiu às perseguições nazis a minorias étnicas, comparando-as ao que foi feito, agora, aos ciganos romenos e búlgaros pelas autoridades francesas. De facto, não são a mesma coisa. Mas o balanço foi positivo: na indignação de Reding, sinal de que não está esquecida a página mais negra do nosso continente, e na discussão que se instalou - até nos parlamentos nacionais, pela Europa fora - quando as vítimas são pobres, poucas e nem têm por elas um lóbi organizado.
É bom sinal que tenha havido tanto escândalo, mesmo que só sustentado numa simples frase de uma circular oficial em que, preto no branco, se aconselhava a perseguir uma minoria étnica, os ciganos.
Num mundo em que as marcas sérias de automóvel recolhem milhões de carros só porque se detectou avaria em alguns, foi bom saber que a Europa das nações também fica alerta porque um todo é perseguido, quando se deve, nos crimes, só perseguir aqueles que o cometem. Dito isto, era bom que essa floresta de princípios não fizesse esquecer que a perseguição das ilegalidades - concretas e cometidas por indivíduos - é até mais necessária para que a amálgama não se repita. Por exemplo, uma mulher não pode trazer um bebé nos braços e andar entre carros a pedir esmola nos cruzamentos.
A Europa não deve permitir nem circulares daquelas nem mulheres destas
.
«DN» de 19 Set 10
HOUVE EXAGERO na comissária europeia Viviane Reding quando aludiu às perseguições nazis a minorias étnicas, comparando-as ao que foi feito, agora, aos ciganos romenos e búlgaros pelas autoridades francesas. De facto, não são a mesma coisa. Mas o balanço foi positivo: na indignação de Reding, sinal de que não está esquecida a página mais negra do nosso continente, e na discussão que se instalou - até nos parlamentos nacionais, pela Europa fora - quando as vítimas são pobres, poucas e nem têm por elas um lóbi organizado.
É bom sinal que tenha havido tanto escândalo, mesmo que só sustentado numa simples frase de uma circular oficial em que, preto no branco, se aconselhava a perseguir uma minoria étnica, os ciganos.
Num mundo em que as marcas sérias de automóvel recolhem milhões de carros só porque se detectou avaria em alguns, foi bom saber que a Europa das nações também fica alerta porque um todo é perseguido, quando se deve, nos crimes, só perseguir aqueles que o cometem. Dito isto, era bom que essa floresta de princípios não fizesse esquecer que a perseguição das ilegalidades - concretas e cometidas por indivíduos - é até mais necessária para que a amálgama não se repita. Por exemplo, uma mulher não pode trazer um bebé nos braços e andar entre carros a pedir esmola nos cruzamentos.
A Europa não deve permitir nem circulares daquelas nem mulheres destas
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«DN» de 19 Set 10