Por Ferreira Fernandes
Resenha.
1) A 18 de Setembro, o Expresso entrevista Manuel Maria Carrilho, embaixador na UNESCO. O entrevistado critica o Governo.
2) Dois dias depois, Carrilho é demitido de embaixador. Ele diz aos jornais: "Soube pela Lusa. Ninguém falou comigo."
3) No dia seguinte à demissão, Carrilho lança um livro, compilação das suas crónicas no DN. A editora faz um comunicado dizendo que a demissão foi consequência "da publicação do livro e da entrevista ao Expresso". Embora seja pouco provável que o livro seja causa da demissão (ninguém se irrita por textos em livro quando em jornal passaram sem queixume), é natural que a editora aproveite para propagandeá-lo.
4) Ainda a 21 de Setembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que Luís Amado e Carrilho se reuniram a 15 de Abril, tendo o ministro informado o embaixador de que ele saía da UNESCO no Outono.
5) Um dos dois mente. Ou a) Amado mente de forma seca e despudorada sobre um facto inexistente (ter informado Carrilho, a 15 de Abril, da demissão); ou b) Carrilho mente, de forma mancomunada, preparando a entrevista ao Expresso e o lançamento do livro para ocorrerem aquando da demissão, que ele conhecia.
6) É inadmissível que o mentiroso sobreviva politicamente quando a verdade se souber. E a verdade que interessa é esta: a 15 de Abril, Carrilho foi ou não informado da sua demissão pelo ministro? Sim ou não?
.Resenha.
1) A 18 de Setembro, o Expresso entrevista Manuel Maria Carrilho, embaixador na UNESCO. O entrevistado critica o Governo.
2) Dois dias depois, Carrilho é demitido de embaixador. Ele diz aos jornais: "Soube pela Lusa. Ninguém falou comigo."
3) No dia seguinte à demissão, Carrilho lança um livro, compilação das suas crónicas no DN. A editora faz um comunicado dizendo que a demissão foi consequência "da publicação do livro e da entrevista ao Expresso". Embora seja pouco provável que o livro seja causa da demissão (ninguém se irrita por textos em livro quando em jornal passaram sem queixume), é natural que a editora aproveite para propagandeá-lo.
4) Ainda a 21 de Setembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que Luís Amado e Carrilho se reuniram a 15 de Abril, tendo o ministro informado o embaixador de que ele saía da UNESCO no Outono.
5) Um dos dois mente. Ou a) Amado mente de forma seca e despudorada sobre um facto inexistente (ter informado Carrilho, a 15 de Abril, da demissão); ou b) Carrilho mente, de forma mancomunada, preparando a entrevista ao Expresso e o lançamento do livro para ocorrerem aquando da demissão, que ele conhecia.
6) É inadmissível que o mentiroso sobreviva politicamente quando a verdade se souber. E a verdade que interessa é esta: a 15 de Abril, Carrilho foi ou não informado da sua demissão pelo ministro? Sim ou não?
«DN» de 22 Set 10