Por João Paulo Guerra
O LÍDER DO CDS-PP apoiará o professor Cavaco Silva caso o actual chefe de Estado decida candidatar-se a novo mandato.
O líder do CDS-PP gosta tanto do professor Cavaco Silva como o professor Cavaco Silva gosta dele. E os anais da democracia portuguesa registam exuberantes trocas de piropos entre ambos. Paulo Portas, enquanto director de O Independente, disse do cavaquismo e dos cavaquistas o que Mafoma não disse do toucinho. O professor Cavaco Silva, no segundo volume da Autobiografia Política, situou Portas entre os jornalistas "pouco sérios e sem escrúpulos" que "aviltam a informação".
Mas o que lá vai, lá vai. E em matéria de candidatos e de eleitores indigestos, é do chefe Cunhal a receita dos sapos vivos. De maneira que o apoio de Paulo Portas a Cavaco Silva - que a verificar-se constituirá reincidência da opção de 2006 - é tão natural como tomar um purgante: tapa-se o nariz e lá vai disto.
Portas tem razões acrescidas para a sua opção. Primeiro, não quer queimar as pontes que poderão levá-lo de novo ao poder no marsúpio do PSD. Segundo, o apoio a Cavaco Silva é mais uma pazada de terra sobre veleidades de oposições internas. O único candidato a candidato que se manifestou na direita extra-cavaquista foi José Ribeiro e Castro e há protagonismos que o líder do CDS-PP não pode admitir nem a brincar. Há pois que desencorajar o candidato de consumar a candidatura. Por pequeno que fosse, o pecúlio de votos constituiria uma desautorização do conselho de Portas aos eleitores do partido.
Há dias passou na TV o filme O Mentiroso Compulsivo: o protagonista, forçado pelas circunstâncias, tem que dizer a verdade durante 24 horas. Se a verdade se tornasse compulsiva na política portuguesa, no dia seguinte começava a guerra civil.
.O LÍDER DO CDS-PP apoiará o professor Cavaco Silva caso o actual chefe de Estado decida candidatar-se a novo mandato.
O líder do CDS-PP gosta tanto do professor Cavaco Silva como o professor Cavaco Silva gosta dele. E os anais da democracia portuguesa registam exuberantes trocas de piropos entre ambos. Paulo Portas, enquanto director de O Independente, disse do cavaquismo e dos cavaquistas o que Mafoma não disse do toucinho. O professor Cavaco Silva, no segundo volume da Autobiografia Política, situou Portas entre os jornalistas "pouco sérios e sem escrúpulos" que "aviltam a informação".
Mas o que lá vai, lá vai. E em matéria de candidatos e de eleitores indigestos, é do chefe Cunhal a receita dos sapos vivos. De maneira que o apoio de Paulo Portas a Cavaco Silva - que a verificar-se constituirá reincidência da opção de 2006 - é tão natural como tomar um purgante: tapa-se o nariz e lá vai disto.
Portas tem razões acrescidas para a sua opção. Primeiro, não quer queimar as pontes que poderão levá-lo de novo ao poder no marsúpio do PSD. Segundo, o apoio a Cavaco Silva é mais uma pazada de terra sobre veleidades de oposições internas. O único candidato a candidato que se manifestou na direita extra-cavaquista foi José Ribeiro e Castro e há protagonismos que o líder do CDS-PP não pode admitir nem a brincar. Há pois que desencorajar o candidato de consumar a candidatura. Por pequeno que fosse, o pecúlio de votos constituiria uma desautorização do conselho de Portas aos eleitores do partido.
Há dias passou na TV o filme O Mentiroso Compulsivo: o protagonista, forçado pelas circunstâncias, tem que dizer a verdade durante 24 horas. Se a verdade se tornasse compulsiva na política portuguesa, no dia seguinte começava a guerra civil.
«DE» de 20 Set 10