terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Curtas letragens - "Good luck, mister Gorki!"

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Por Miguel Viqueira
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CIRCULA POR AÍ esta história mas desconheço se chegou a ser escrita, e por quem. Como sempre a achei fascinante, quero assentar aqui o seu registo, para (boa) memória futura...
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Concluído o histórico passeio lunar naquela noite mágica para a Humanidade, Neil Armstrong voltava para o módulo da Apolo XI seguindo Aldrin, e ao subir a escada, consciente ou não de que o micro continuava aberto, proferiu a frase mais misteriosa dos seguintes quarenta anos: “Good luck, mister Gorki!”. Em Houston foi primeiro o desconcerto, depois o pânico: quem demónios era esse tal Gorki, e, sobretudo, que ligações poderia ter com Armstrong, com a Nasa e em última análise com a segurança dos USA? O que estava afinal em jogo aqui? Seria o mais recente e maior herói do mundo um espião a soldo de Moscovo? Imaginem o que se terá passado com Armstrong logo após a apertada quarentena a que os três astronautas foram submetidos no regresso...
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Por décadas tombou um silêncio de ferro sobre as estranhas palavras, que por milagre não chegaram a ser retransmitidas urbi et orbi, até que o esquecimento as varreu de quase todas as memórias. Passaram-se muitos anos, a guerra fria terminou, a corrida espacial também, o muro tombou, e Neil Armstrong, convertido em lenda viva e já para sempre habitante do olimpo dos heróis norte-americanos, dedicava-se a dar conferências para entreter a sua velhice e a receber homenagens por toda a parte. Numa destas um jornalista mais afoito perguntou-lhe, em público, se realmente tinha dito aquelas palavras e, afinal, quem era mesmo esse senhor Gorki. Armstrong baixou a cabeça por instantes, acenou-a levemente, e sorriu com ternura envergonhada. Depois confessou que sim, que era verdade que dissera aquilo, que na altura se guardou o maior segredo entre outras razões porque ninguém iria acreditar, mas que hoje já não tinha qualquer importância nem fazia sentido ocultar a verdade, afinal tudo não passava de um simples episódio da sua remota infância.
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E contou, entre sorrisos embaraçados, que quando era garoto um dia a bola lhe escapou para o quintal do Sr. Gorki, seu vizinho. Saltou a sebe e foi apanhá-la, mesmo por baixo do quarto do casal. Sem querer ouviu então uma acesa discussão entre eles. A senhora Gorki gritava, furiosa: “Sexo oral? Sexo oral...?! Só mesmo quando o miúdo daqui ao lado caminhar na lua!”. No regresso ao módulo, de tão feliz, Armstrong lembrou-se daquilo e a frase saiu-lhe da alma. Eis tudo.
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Pois neste dia histórico para Obama e para os Estados Unidos da América, eu não consigo deixar de pensar nos outros Gorkis que porventura ainda haverá espalhados por aquele imenso e belo país adiante, e desejar-lhes a melhor das sortes...

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