quinta-feira, 9 de abril de 2009

A Madeira é "o" Jardim?

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Por Antunes Ferreira
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NEM SEQUER É NOVIDADE. Mas, parece-me conveniente registar mais esta aberração. A memória humana é extremamente falível. Quando isso se verifica ao nível do inconsciente, vá que não vá. Porem, quando o esquecimento é voluntário, cuidado. Mesmo com caldos de galinha, as coisas são o que são. A Assembleia Legislativa da Madeira volta este ano a não realizar qualquer sessão solene para comemorar oficialmente o 25 de Abril.
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Em anos anteriores, a deliberação foi tomada pela da maioria do PSD/M na câmara. O partido - que se reclama de social-democrata - rejeitou agora todas as propostas dos partidos da oposição para assinalar a data. Mas, o vice-presidente do parlamento da Região Autónoma, Paulo Fontes, apressou-se a declarar que este ano «não deu entrada qualquer proposta nesse sentido».
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Paulo Fontes falava após a reunião da conferência de líderes parlamentares da Assembleia da Madeira que serviu para agendar os próximos plenários nas instalações remodeladas no Tecnopolo, tendo reafirmado a posição dos sociais democratas madeirenses que as comemorações da efeméride acontecem e devem decorrer "a nível nacional, na Assembleia da República".
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Todos os anos, a recusa de Alberto João Jardim em comemorar, no parlamento da região, o 25 de Abril acaba por gerar polémica, optando os restantes partidos na Madeira por organizar diversas acções para assinalar a data na região.
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No ano passado, Jardim aproveitou o dia para efectuar uma inauguração no Jardim da Serra, no concelho de Câmara de Lobos, onde afirmou: "Não comemoramos o 25 de Abril com certas pessoas, a Democracia deve ser comemorada com o povo, foi o povo que soube agarrar e defender a Democracia, é com o povo que temos de comemorar o 25 de Abril.
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Jardim sublinhou também que se recusa a comemorar "com os comunistas e outras forças de esquerda, que queriam que Portugal tivesse, outra vez, uma ditadura, que queriam que Portugal continuasse a ser uma terra em que o povo não tinha liberdade".
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Opinou que "esses que comemoram todos juntos, é um acto de hipocrisia", adiantando que "o 25 de Abril é para comemorar com quem é democrata".
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NOTA: Este texto é uma extensão do que está publicado no 'Sorumbático' [v. aqui], onde eventuais comentários deverão ser afixados.