quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Explicação de tanta manchete

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Por Ferreira Fernandes


SOBRE O PAPA, Estaline perguntou: "E quantos batalhões tem ele?" O facto é que o herdeiro do Papa lá continua e Gorbachev, o último líder da URSS, anda a fazer publicidade às malas Vuitton. É que há batalhões e batalhões.
Algum poder especial devem ter os magistrados para serem tão apaparicados pelas reformas. Disse-me, ontem, o jornal i: das reformas milionárias (de mais de 5 mil euros), do total das atribuídas desde Janeiro de 2008, "mais de metade corresponde a aposentações de magistrados, incluindo juízes e procuradores".
Calculo os que servem o Estado em lugares superiores, de simples licenciados em Direito e economistas a museologistas, cardiologistas e professores de física quântica, e vejo mal como eles, todos somados, sejam menos, em número, que os juízes e procuradores. Então, como é que as becas e togas se abarbatam com mais de metade das melhores reformas? Que força é essa, que força é essa? Eu digo: sub-reptícia. Tal como a da Santa Sé. Para quê canhões quando se tem o poder da extrema-unção ou dar por morto quem manda?
Quem governa é quem decide quem fica com as melhores reformas. Mas, que se saiba, ninguém que manda ou mandou já ficou com a carreira cortada por juiz ou procurador. Pois não, não foi preciso. É só preciso alguns juízes e procuradores fazerem prova de vida de que são capazes disso. O que, demonstrado, dá para belas reformas.

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«DN» de 11 ago 10