sábado, 7 de agosto de 2010

A Justiça e a Senhora da Agrela

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Por Antunes Ferreira

«Só falta o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, SMMP, querer prender o Procurador Geral da República». Quem o disse foi o advogado, professor universitário e presidente do MRPP, Garcia Pereira. E poderia ter dito que só faltava que o SMMP quisesse executar, em público, Pinto Ribeiro, com um tiro na nuca e a bala paga pela família. O exemplo tem origem na RPC.

O diz-que-disse-que-disse, entretenimento nacional e desporto mais popular no nosso País, corrijo, depois do futebol, foi muito interessante, é e promete continuar a ser. E instrutivo. Até porque nunca é tarde para aprender. Desde a auto-qualificação pelo próprio Procurador, considerando que necessitava de mais poderes, de ser quase Rainha da Inglaterra, até ao atestado de incompetência passado pelo Sindicato, houve lugar para tudo. Um verdadeiro wrestling juridico-anedótico. Só que no vertente, ao contrário do ringue, não é previamente combinado.

Toda a gente que se acha importante da política & afins tem molhado a sopa neste escabroso tema. Ou melhor, nesta enorme caldeirada. Até à data em que escrevo este texto, mais precisamente, quarta-feira, 4 do corrente Agosto, ainda não participam na refrega justiceira, que eu saiba, o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa e o tesoureiro da Junta de Freguesia de Alcagoitas e pouquíssimas entidades mais. É um esclarecedor fartar vilanagem, com a excepção vicentina da arraia-miúda.

Querido País este, que em plena época estival (em que o pessoal só vai a banhos o mais longe possível, ou seja a Costa da Caparica, incluindo o Meco, e por determinação pública de Sua Excelência o Senhor Presidente da Re-pública), se dedica a estas trocas de galhardetes realmente empolgantes. Longe já vai o tempo do Mundial sul-africano e esquecido paulatinamente o imbroglio do Queiroz – o Carlos, que o pobre do Eça, felizmente, não faz parte destas trocas e baldrocas.

Assim vai a Justiça (???) neste torrão natal, à beira-mar debruçado. Valha-lhe a Senhora da Agrela, que não há santa como ela. Valha-nos.